O melhor está de fora
NO ‘CASO LUAN’, ALGUÉM EM ALVALADE POUPOU OS ADEPTOS A MAIS UM CONSTRANGIMENTO
O BENFICA SOFREU O MAIS DURO REVÉS DA ÉPOCA COM A LESÃO DE RAFA. PARTINDO DO PRINCÍPIO DE QUE CHIQUINHO NÃO DEVE SER ALA, TALVEZ JOTA TENHA AGORA UMA OPORTUNIDADE A SÉRIO
O Benfica sofreu o mais 1
duro golpe da temporada com a lesão de Rafa no jogo frente ao Lyon. Os encarnados perdem, pelo menos até fevereiro, aquele que se tornou o melhor jogador da equipa. Se na segunda metade da época passada esse estatuto poderia ser dividido com João Félix ou até com Pizzi, no ano futebolístico em curso não restam muitas dúvidas de que ele era o elemento mais desequilibrador. Com este infortúnio, nem à esquerda, nem da esquerda para o meio, nem no apoio direto ao ponta-de-lança, como Bruno Lage experimentou com sucesso frente à formação francesa na partida para a Liga dos Campeões... Terá o Benfica agora alternativas capazes de disfarçar a ausência do seu melhor elemento? Não faltam opções em número mas não em qualidade. O técnico do Benfica pode utilizar Gedson na direita, fazendo derivar Pizzi para o flanco oposto. Tem ainda a hipótese de conceder definitivamente a titularidade a Taarabt, o seu ‘menino querido’, colocando o marroquino a movimentar-se para o interior do terreno... e sobram ainda Cervi, Caio Lucas, Jota e até Zivkovic, obviamente no pressuposto de que Chiquinho ocupará sem o lugar de apoio ao ponta-de-lança, não se perdendo em terrenos que não são os seus. A questão não é, volto a frisar, quantitativa mas qualitativa. De todas as variáveis da equação, sobressai, de qualquer forma, o caso de Jota, que até é um ala de origem. Talento não lhe falta, mas a verdade é que o jovem formado na Luz tarda em assumir-se como solução e que
Bruno Lage, depois de uma ou outra tentativa mais ou menos envergonhada de lhe dar protagonismo, deixa-o agora, quase invariavelmente, entre o banco e a bancada.
Tal como se esperava, o 2
CD da FPF decidiu arquivar a queixa do Sporting contra o Alverca, relacionada com a hipotética utilização irregular de Luan na partida da Taça de Portugal. Os leões não vão recorrer. No meio de tanto atabalhoamento e impreparação, houve alguém lúcido em Alvalade que decidiu colocar uma pedra sobre o assunto, evitando nova afronta aos adeptos, que, face às circunstâncias, acompanhavam o caso com natural constrangimento.
Em termos de medidas 3 político-administrati
vas, aliás, a direção do Sporting já conheceu piores dias. Depois do que se passou no Pavilhão João Rocha, Frederico Varandas teve mais um ato corajoso em relação às claques. Por muitos votos que garantam, por muito barulho que produzam, por muitas ameaças que façam, os clubes são dos sócios e não de qualquer grupo, por mais numeroso e ruidoso que seja. E, valha a verdade, o motivo da discórdia num passado recente não foi apenas os resultados negativos e a desorientação diretiva, mas também a perda de benesses que muito jeito dava a um punhado de indivíduos.