Record (Portugal)

“DAR O SALTO PARA A CHAMPIONS MOSTRA AMBIÇÃO”

- ANA PAULA MARQUES

O atacante, de 37 anos, é o porta-voz dos objetivos do Benfica, no dia em que a equipa recebe (20h) o Mladost BRCKO, da Bósnia, na 2.ª mão da 1.ª ronda de qualificaç­ão para chegar à fase de grupos da mais importante prova de clubes

“SÓ PELO FACTO DE SE ESTAR NO BENFICA HÁ A PRESSÃO DE GANHAR, UMA PRESSÃO BOA, MAS ELA EXISTE”

Benfica disputa esta época a Liga dos Campeões de voleibol, depois de ter chegado a uma final da Challenge Cup. Era importante para o clube dar o salto para a prova mais importante?

ANDRÉ LOPES – Sim, sem dúvida. Para nós, atletas, é sem dúvida a competição mais aliciante de todas, é a principal, é a que todos querem jogar e felizmente o clube percebeu isso. E mesmo para o clube o nível de projeção é outro. É certo que implica outras exigências, nomeadamen­te em termos organizati­vos, mas é importante dar este salto, mostra ambição, mostra que é um projeto que pensa muito mais à frente, mais alto. Neste altura não estamos obviamente em condições de lutar pela vitória na prova, mas é um primeiro passo. O nosso grande objetivo, para já, é entrar na fase de grupos, onde vamos encontrar das melhores equipas e atletas do Mundo. Penso que vai ser uma época bastante positiva.

Antes de vir pela segunda vez para o Benfica esteve no estrangeir­o e chegou precisamen­te a disputar a Liga dos Campeões. Isso é uma mais-valia agora...

AL – Não só eu, mas também o Nuno Pinheiro, o Peter [Wohlfahrts­tätter], o Hugo Gaspar com o V. Guimarães, e outros que, não tendo disputado esta prova, estiveram em outras também com muita pressão. Recuando um pouco, diria que esta presença na Champions é como um prémio merecido, depois de tudo o que fizemos a época passada. AL – É verdade. Mesmo no campeonato nacional há equipas que se ‘entalam’ por pensarem pequeno. Temos de pensar sempre em grande. Dois sets são efetivamen­te o suficiente para seguir em frente, mas não podemos pensar assim, é o primeiro passo para as coisas correrem mal. Temos de entrar concentrad­os como fizemos na Bósnia. Vamos ter de passar três eliminatór­ias, fruto também da falta de ambição dos clubes portuguese­s em participar­em nas provas europeias, por diversos motivos, talvez financeiro­s. As provas europeias têm dado poucos pontos a Portugal. O ano passado o Sp. Caldas deu alguns, é preciso que todos tentem.

O plantel praticamen­te não sofreu alterações. Isso foi feito a pensar também na Champions, mas por outro lado chega para tantas competiçõe­s?

AL – Tendo em conta o que aconteceu na época passada, comprova que a época foi muito bem planeada, confirmado com o facto de na presente se ter feito apenas uma ou outra mudança. Temos um grupo muito bem entrosado, homogéneo, com mais de um jogador para a mesma posição. No fundo, temos duas equipas que vão conseguir dar respostas.

O facto de o Benfica ter conquistad­o o Campeonato, Taça e Supertaça, esta que entretanto já voltou a ganhar, aumenta a pressão de no mínimo a equipa ter de fazer igual esta época?

AL – Já disse isto algumas vezes: só pelo facto de se estar no Benfica há a pressão de ganhar, uma pressão boa, mas ela existe. Seremos o alvo a abater, todos quererão vencer o campeão nacional, mas trabalhamo­s diariament­e para estar preparados. O grupo tem dado resposta, fê-lo já na Supertaça.

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