Record (Portugal)

BAMBOCK ENGASGA DRAGÃO

SÉRGIO CONCEIÇÃO O E AS CRÍTICAS CRÍTICA “Estou-me a cagarg ppara isso” TÉCNICO PORTISTA DEIXOU NUNO MANTA DE MÃO ESTENDIDA

- CRÓNICA DE RUI SOUSA

Depois de duas épocas consecutiv­as a ganhar nos Barreiros, numa delas até a dar um passo decisivo para a conquista do título nacional, o FC Porto voltou a escorregar em casa do Marítimo, ressuscita­ndo os fantasmas do passado e cedendo a liderança da Liga que havia alcançado no domingo. Após uma exibição amplamente elogiada frente ao Famalicão, que lhes permitiu dormir três noites no topo da classifica­ção, os dragões voltaram a revelar a sua face mais cinzenta a meio da semana, à semelhança do que se tinha visto recentemen­te em Roterdão e na receção ao Rangers.

Uma equipa que mais parece funcionar apenas ao fim de semana e cujo rendimento em competição poderá sair seriamente prejudicad­o com a continuida­de de um calendário apertado, atendendo a que na próxima semana os comandados de Sérgio Conceição terão de defrontar Aves, Rangers (na Escócia) e Boavista.

O resultado foi o lado mais negativo da passagem dos portistas pela Madeira, apesar de o empate ter minimizado os estragos, mas a exibição também esteve longe das expectativ­as criadas diante do Famalicão ainda há poucos dias. Com um onze idêntico ao que tinha avançado no domingo, Sérgio Conceição manteve a confiança em Mbemba e Manafá nas laterais e apostou novamente em Otávio no meio-campo, atrás de Soares, deixando outra vez Zé Luís de fora. O arranque até nem foi mau, com Mbemba e Luis Díaz a criarem perigo para a baliza do Marítimo, mas até ao golo de Pepe, já no derradeiro assalto ao reduto de Amir, o ataque do FC Porto foi um verdadeiro deserto de ideias. Com Otávio amarrado por Bambock e Luis Díaz empurrado por Edgar Costa para zonas afastadas da área insular, ficaram cortados os caminhos para Soares, tornando-o presa fácil para os centrais René Santos e Grolli. A construção ofensiva ficou entregue quase exclusivam­ente a Corona, que teve em Fábio China um adversário duro de roer.

Solução de recurso

Conceição demorou demasiado tempo a abrir a frente com a entrada de um segundo avançado, no caso Zé Luís, que, mesmo não tendo ameaçado Amir, ajudou a empurrar o Marítimo para a sua retaguarda, numa altura em que já por ali andava Nakajima, recuperand­o o velho 4x4x2. No entanto, a alteração que mais agi

tou a equipa foi a inclusão de Alex Telles. O brasileiro entrou quando o relógio registava os últimos dez minutos do tempo regulament­ar e não foi preciso esperar muito para ver sair do seu pé esquerdo o canto que resultou no golo caído do céu de Pepe. Apesar do relvado impróprio para consumo a este nível e de alguma benevolênc­ia de Jorge Sousa relativame­nte a entradas fora de tempo dos jogadores do Marítimo, que mesmo não sendo todas passíveis de falta moem quem corre atrás do prejuízo, o FC Porto ainda poderia ter virado o resultado a seu favor no período de descontos, sempre com Alex Telles a servir para a área. Primeiro foi Soares a desviar de forma disparatad­a ao segundo poste e logo em seguida Danilo Pereira a atirar por cima. Um despertar tardio muito idêntico ao que se tinha verificado na receção ao Rangers, e que acabou com o mesmo desfecho. Os dragões terminaram com apenas 11 remates, ainda assim mais do dobro do Marítimo, sendo que os insulares, para além de um golo também ele fortuito, pouco mais fizeram do que tapar os caminhos para a sua baliza e tirar proveito da ansiedade portista, para somar um ponto.

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