Record (Portugal)

Esplendor sobre a relva

- Octávio Ribeiro Diretor-geral editorial

COM A ALEGRIA MOSTRADA POR TODOS, FICA MENOS ESPAÇO PARA A AFIRMAÇÃO DE RDT

VINÍCIUS MOSTROU TODA A QUALIDADE QUE FARÁ DELE UM DOS DESTAQUES DESTE CAMPEONATO E CHIQUINHO É O JOGADOR QUE MAIS SE APROXIMA DO QUE FÉLIX OFERECIA AO COLETIVO

Por que carga de água o Benfica sai de uma depressão futebolíst­ica e apresenta-se categórico e eufórico no seu estádio? Vamos ver se Bruno Lage consegue manter a equipa neste patamar ou se os encarnados estão condenados à bipolarida­de.

Uma coisa é segura, quando os atletas pisaram pela primeira vez aquela relva de ontem, certamente todos sentiram que os dirigentes respeitam as suas necessidad­es e que a palavra do treinador tem peso em toda a estrutura. Até ontem, a relva estava uma vergonha. Passível de causar lesões e incapaz de proporcion­ar bons espetáculo­s. De súbito, melhorou. Parece que aquela multidão de milhões de seres vegetais anda a ser enganada por banhos de um sol artificial. Método que outros clubes já usam – há poucos dias, um portista relatou-me fins de tarde no Estádio do Dragão, com uns potentes focos amarelados a incidir sobre o tapete verde.

Com a relva a aproximar-se

do nível que os artistas merecem, não se ficaram por aí as razões desta melhoria acentuada do futebol praticado pela equipa de Lage. Vinícius mostrou toda a qualidade que fará dele (se a sorte lhe sorrir) um dos destaques deste campeonato. Nas costas do ponta-de-lança, Lage lançou outro jogador alinhado com os astros. Chiquinho tem um futebol maravilhos­o. É, neste plantel do Benfica, o jogador que mais se aproxima do que

Félix oferecia ao coletivo – busca de espaços vazios, visão de passe, sede de concretiza­ção.

Com a alegria mostrada

por todos e refletida no ótimo futebol que ofereceram, fica menos espaço para a afirmação de Raul de Tomas (RDT) . O espanhol terá de encontrar humildade e espírito positivo para reconquist­ar o seu espaço na equipa.

Este RDT tem pinta de craque,

trata a bola como craque, lê o jogo como craque, mas teima em não marcar com a frequência exigida aos que merecem a palavra triplament­e repetida acima. Não seria o primeiro caso de um avançado que parece ter tudo para ser estrela menos o golo. Os próximos tempos dirão de que têmpera é feito este elegante tocador de bola. E se o Benfica virou mesmo a página do mau futebol.

Para já, isolou-se no comando.

O FC Porto não conseguiu vencer na Madeira um Marítimo guerreiro mas muito limitado. Sérgio Conceição defendeu os jogadores, dizendo que deram tudo. Deram tanto mais quanto menos tempo tinham para chegar à vitória. Mas, até ao empate, foram prolongado­s e numerosos os momentos em que centrais e médios recuados davam passos e passinhos por falta de opções de entrega na frente. Um detalhe essencial que Sérgio Conceição deverá analisar.

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