Record (Portugal)

Que Ronaldo temos hoje?

- Octávio Ribeiro Diretor-geral editorial

O CRISTIANO QUE DEFRONTOU O MILAN FOI UM SÓSIA DO VERDADEIRO CR7

O JOELHO DE RONALDO, OS TRÊS CENTRAIS DO SPORTING, O ABRAÇO DE PIZZI, A FESTA DE URIBE. RARAS, AS SEMANAS COM TANTOS TEMAS SUCULENTOS

A grande dúvida para o jogo de hoje é que Ronaldo vai entrar em campo? O dos grandes momentos não deve estar disponível, nesta fase da sua forma. As outras hipóteses são ou o Ronaldo mediano desta época e que, na sua mediania especial, é ainda assim um jogador de topo; ou o Ronaldo do último clássico da Juventus com o Milan. Esse não tem lugar em nenhum clube com ambição. Muito menos numa Seleção que precisa de vitórias. O Ronaldo que defrontou o Milan foi um sósia do verdadeiro

CR7, não tinha poder de arranque, capacidade de passe, de remate. Não fez um pontapé à baliza e perdeu mais bolas do que costuma somar em dez jogos.

Sarri teve o desassombr­o de o substituir aos 54 minutos. Ronaldo zangou-se. É preciso saber sair do jogo. Esperemos que não seja ainda o momento para ir aprendendo a sair da carreira. Não foi nada bonito de se ver aquele jogo cinzento. Doloroso. Façamos figas para o grande Ronaldo voltar já hoje. Não precisa de levar a equipa às costas, basta-nos que faça fluir o jogo e que apareça na área como tão bem sabe. Força, Rei! O Sporting apresentou três centrais frente a uma equipa que nem um ponta-da-lança colocou em campo. Neto, Coates e Ilori, cada um a marcar o vazio, com o Belenenses a fazer girar a bola sem referência no centro. Para agravar o cenário, como o Sporting não tinha bola, os dois alas não podiam subir. Um exercício ridículo que durou mais de meia hora. Assim que Silas assumiu o erro, a equipa soltou-se. Não foi brilhante. Há ali vários jogadores sem classe. Mas bastou para bater o adversário. Num clube como o Sporting, três centrais, nas competiçõe­s internas, só frente a Porto e Benfica. E, mesmo aí, só se Mathieu estiver disponível. Nenhum dos outros tem técnica e leitura de jogo para fazer de líbero.

Pizzi resolveu um jogo mui

to difícil e desatou a correr para o banco. Aquele abraço a um funcionári­o administra­tivo foi a maior crítica que algum jogador já fez a Lage, desde janeiro passado. Pizzi e Lage não precisam de ser amigos. Basta que um resolva jogos e que o outro não complique.

A festa da mulher de Uribe

foi a cabal demonstraç­ão da justeza da expressão que dita por detrás de um grande homem estar sempre uma grande mulher. Como podia Uribe dizer não à dona do seu coração nas suas trinta primaveras? A ela cabia-lhe não colocar o marido milionário naquela situação. Mas a moça pensou lá em mais alguma coisa do que em si e no reggaeton? Quando fizer quarenta já nenhuma claque se indignará.

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