Record (Portugal)

PREÇO IMPEDE APOSTA EM MAIS PORTUGUESE­S

- RUBEN TAVARES E DIOGO MATOS

Sá Pinto defende que há “uma pressa muito grande” para que os jovens sejam vendidos

O Porto Palácio Hotel & Spa foi palco da quarta edição do World Scouting Congress, evento que reuniu vários nomes do futebol e do ramo da prospeção em particular. Ricardo Sá Pinto, treinador do Sp. Braga, foi um dos oradores convidados do painel “O perfil do Jogador Português” e não

“O RUI COSTA, POR EXEMPLO, JOGOU NO FAFE ANTES DE SE AFIRMAR NO BENFICA”, RECORDOU O TÉCNICO

hesitou na hora de apontar razões para a escassa aposta em jogadores portuguese­s. “A falta de aposta em jogadores portuguese­s deve-se muito ao seu elevado preço; a relação preço/qualidade dos brasileiro­s, por exemplo, é muito boa. Apesar disso, é importante perceber que não há espaço para todos”, referiu.

Salientou ainda que o poder que um jogador tem no clube alterou o poder do treinador. Sá Pinto deu o exemplo de Rui Costa para falar na aposta na formação: “O Rui Costa, por exemplo, jogou no Fafe antes de se afirmar no Benfica. O jogador tem de encontrar o seu habitat, mas hoje em dia há uma pressa muito grande para que os jogadores sejam vendidos.”

Experiênci­as lá fora lembradas

O técnico do Sp. Braga aproveitou ainda o momento para enu

merar as diferenças dos jogadores de alguns países por onde passou. “Na Arábia tinha de respeitar a cultura e a religião dos jogadores, que eram pouco profission­ais mas tinham talento. Na Grécia, os jogadores tinham muito talento, mas pouco compromiss­o e eram pouco dedicados ao trabalho. A experiênci­a na Polónia fez-me perceber que os jogadores lá são muito fechados e que trabalham muito o físico. Por fim, os belgas são muito bons a nível ofensivo, mas pouco dados a trabalhos defensivos”, disse.

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