“Não despedi Bobby Robson no avião”
Treinador inglês dirigiu em território austríaco último encontro como técnico do Sporting
último jogo que Bobby Robson dirigiu como treinador do Sporting foi em território austríaco, diante do Casino Salzburgo. Depois de uma vitória em Alvalade, por 2-0, com golos de Cherbakov e Cadete, os leões sucumbiram no prolongamento, perdendo, por 3-0, e despedindo-se de forma prematura da Taça UEFA. Relatos da época dão conta de que o técnico britânico terá sido dispensado por Sousa Cintra em pleno voo de regresso a
“TÍNHAMOS OITO CAMPEÕES DO MUNDO COM O CARLOS QUEIROZ, QUE ESTAVA A UM PASSO DE IR PARA O FC PORTO ”
Lisboa, através de um microfone instalado no avião. Um cenário que o antigo presidente do clube de Alvalade refuta de forma perentória.
“Eu, no avião, costumava dar uma palavra aos sportinguistas que viajavam connosco e com a equipa. O meu discurso foi, naturalmente, de grande frustração, pelo que algumas pessoas entenderam que eu tinha dito isso, mas eu não despedi o Robson no avião”, assegura o empresário, de 75 anos, reconhecendo que errou ao despedir o treinador inglês, que, depois, acabaria por brilhar ao serviço de FC Porto e Barcelona. “Tínhamos oito campeões do Mundo de sub-20 na equipa do Sporting. Campeões do Mundo com o Carlos Queiroz, que estava a um pequeno passo de ir para o FC Porto. Tive de tomar uma decisão... e tomei”, recorda mais de 26 anos depois dessa noite de 7 de dezembro de 1993, em que os leões caíram em Salzburgo. Se pudesse voltar atrás, Sousa Cintra tomaria outra decisão. “A
única coisa de que me arrependo no Sporting foi ter despedido Bobby Robson, porque era um senhor. Foi um erro meu, que faz parte do passado”, insiste Sousa Cintra, recordando que, apesar do corte, as relações com o treinador inglês, entretanto desaparecido, sempre foram as melhores: “Encontrámo-nos várias vezes , mesmo depois de ele sair do FC Porto, no Barcelona e ele sempre se comportou comigo como um senhor.”