Na cauda da Europa
Não há nenhum dirigente e provavelmente nenhum adepto em Portugal que não perceba que se a sua equipa não estiver em bom nível nas competições Europeias perderá os lugares da frente na carruagem do futebol.
As grandes equipas Portuguesas debatem-se com problemas financeiros graves, em que o peso dos juros anuais das suas enormes dívidas são monstruosos.
Têm agora de começar a fazer um esforço redobrado para que os seus custos mensais sejam menores que os proveitos e, vendendo bem os seus jogadores, diminuírem a asfixia dos seus passivos.
É aqui que entra a importância de triunfar lá fora. As competições europeias são hoje o garante do pagamento da ‘renda da casa’.
A Champions é sem dúvida a grande árvore das patacas. Veja-se o Benfica, que mesmo com fracos resultados na Champions encaixa 50 M€ e ainda tem o direito de continuar vivo e em prova na Liga Europa.
Recordo o Porto, que, no ano passado, na Champions, recebeu um chorudo cheque de 90 M€. Estas receitas não têm par. Os clubes portugueses, precisam destas competições como nós do ar que respiramos. É a única forma de conseguirmos acompanhar a evolução do futebol europeu.
A Europa dá hoje visibilidade, credibilidade da marca, contas recheadas e o acesso à grande montra mundial para a venda dos seus jogadores.
Vender através de uma Amazon ou Ebay é melhor do que vender num mercado de bairro. Há mais interessados e quem compra nos mercados internacionais tem um poder de compra superior. Quando um jogador é muito bom, passamos à fase dos leilões. Félix foi um desses exemplos mais recentes.
Hoje o Porto recebe o Feyenoord. É imperioso que não haja outro resultado que não a vitória, que não haja outro pensamento na cabeça dos jogadores que não o de seguir em frente na prova.
O plantel do Porto tem mais do que soluções para marcar vários golos ao Feyenoord. Chegar a esta altura e depender do último jogo para continuar na Europa e estar a 4 pontos de um Benfica banal é algo que como adepto e sócio não me agrada nada.
O futebol não se joga à mão (como um dos jogadores do Belenenses o fez no Jamor dentro do campo) e muito menos ao murro e ao soco (onde espero com sinceridade que não tenha sido verdade). O futebol joga-se com pés e cabeça.
Já estamos na cauda das competições europeias ao jogar a Liga Europa, não quero decididamente que fiquemos na cauda da Europa. Era o que mais faltava.