Record (Portugal)

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Águias estão nos ‘quartos’ da Taça, depois de uma reviravolt­a diante de um dos candidatos. Pizzi e Carlos Vinícius resolveram outra vez

- CRÓNICA DE SÉRGIO KRITHINAS

O Benfica está nos quartos-de-final da Taça de Portugal e, pese faltar ainda um jogo em 2019 (que até pode ditar a eliminação da Taça da Liga), é seguro concluir que as águias vão entrar em 2020 com a sensação do dever cumprido, pelo menos em termos domésticos. Aos quatro pontos de vantagem no campeonato junta-se a presença nos últimos oito da Taça de Portugal, uma competição onde dois dos quatro maiores candidatos – Sporting e Sp. Braga – já estão fora. Os minhotos caíram ontem na Luz, após 90 minutos em que deram muita luta e chegaram a estar em vantagem, ainda que por apenas quatro minutos. Esses escassos quatro minutos que separaram o autogolo de Ferro e o empate, pelos pés do inevitável Pizzi, acabaram por ser decisivos para que não houvesse tempo para dúvidas existencia­is do lado dos encarnados. O Benfica está confiante, como mostram o futebol e os resultados dos últimos jogos de campeonato e Liga dos Campeões, e não tremeu por ficar em desvantage­m num jogo a eliminar. Sá Pinto montou a equipa num esquema com várias mutações, que ia alternando entre o 4x4x2 e o 4x3x3, aproveitan­do a versatilid­ade dos seus homens ofensivos, como Wilson Eduardo,

Trincão e Ricardo Horta, para bloquear o habitualme­nte fortíssimo corredor central da equipa da casa. Bruno Lage repetiu os 10 jogadores de campo que venceram (e convencera­m) nos últimos jogos, apenas dando a titularida­de a Zlobin no lugar de Vlachodimo­s. Taarabt, como de costume, assumiu o comando do jogo ofensivo com a dinâmica do costume, mas poucas vezes conseguiu encontrar boas linhas de passe, culpa da sólida organizaçã­o do adversário. O jogo acabou por ficar muito dividido, com maior domínio da parte das águias, mas com o Sp. Braga sempre a mostrar-se em saídas rápidas para o ataque, causando alguns calafrios na Luz.

Mais pressão e gelo

O Benfica entrou bem melhor na segunda parte, a pressionar mais alto e a recuperar inúmeras vezes a bola no meio-campo ofensivo. Os primeiros 15/20 minutos após o intervalo foram os melhores dos encarnados na partida e resultaram no segundo golo, marcado a meias entre Carlos Vinícius e... Tiago Sá, que acabou por ser infeliz na abordagem a uma bola que parecia destinada a passar à frente da baliza.

Finalmente a vencer, o Benfica sentiu dificuldad­es para gerir o resultado e controlar o jogo, sendo incapaz de aproximar-se do terceiro golo. Sá Pinto, bem, lançou Paulinho para o centro do ataque e causou ainda mais desconfort­o à equipa da casa, que passou a acumular erros em transições, notando-se cada vez mais o desgaste, com sucessivas más decisões. Apesar de nunca ter tido uma oportunida­de clara para marcar, o Sp. Braga era uma ameaçava bem viva.

Lage, desta vez, não teve pejo em meter gelo dentro de campo, mesmo sabendo que o prolongame­nto seria uma possibilid­ade. Lançou Samaris para o lugar de Cervi. Pizzi foi para a esquerda, Chiquinho para a direita e, mais importante, Taarabt teve alguma folga de tarefas defensivas e voltou a ter a bola, esticando o jogo do Benfica até à área contrária. Nos minutos finais, com este desenho, o Sp. Braga não conseguiu voltar a aproximar-se com perigo da baliza de Zlobin e acabou por ser o Benfica a dispor de algumas situações para matar de vez a eliminatór­ia. Algo que não aconteceu e que, por isso, permitiu que o resultado traduzisse de forma mais fiel o que de facto aconteceu no jogo.

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