“Jesus foi o mais exigente que tive”
Jorge
Jesus , com quem trabalhou no Sporting, conquistou recentemente a Libertadores e esteve na final do Mundial de Clubes. Como olha para o sucesso que está a ter?
Adrien Silva – Merece tudo aquilo por que está a passar. Pela paixão que coloca no seu dia a dia, pelo trabalho, o rigor e exigência que coloca diariamente, mais cedo ou mais tarde, iria ter a sua recompensa. É o que tem acontecido nos últimos meses e estou muito feliz por ele.
Ele é conhecido por ser um treinador bastante exigente nos treinos. É mesmo assim?
AS – Sim, exigente ao mais alto nível, mesmo.
Pode dizer que foi o treinador mais exigente que apanhou até ao momento?
AS – Posso dizer que sim. Muita intensidade nos treinos, está constantemente em cima dos jogadores, sem deixar relaxar, pensar noutras coisas, distrações. Isso faz com que os jogadores não se percam e mantenham a cabeça bem focada.
Os jogadores gostam deste tipo de treinadores?
AS – Depende [risos]. Mas quem quer evoluir e alcançar um futuro risonho, acaba por gostar. Claro que é sempre difícil adaptar-se a qualquer ideia, seja de que treinador for, mas quem quer evoluir acaba por gostar.
Já teve vários treinadores ao longo da carreira, pode dizer-se que o Jorge Jesus foi o que mais o marcou?
AS – Gosto de repartir por todos os que tive, mesmo os da formação, pois cada um teve um papel importante em cada etapa da minha carreira. Não se chega ao ponto A sem passar pelos outros todos. Há sempre alguma coisa, um obstáculo para ultrapassar, não é de um dia para o outro que se chega ao topo. Todos me ensinaram qualquer coisa. Seja no campo ou na vida pessoal, no ca
“ESTÁ CONSTANTEMENTE EM CIMA DOS JOGADORES, MAS QUEM QUER EVOLUIR, ACABA POR GOSTAR DELE”
pítulo técnico e tático. Mas num nível elevado, sim, o Jorge Jesus foi daquele com quem mais aprendi.
Jorge Jesus acabou por seguir para o estrangeiro, tal como o Adrien. É natural este apelo?
AS – Pelo menos o jogador precisa desse desafio, de ver coisas diferentes, experimentar campeonatos diferentes, principalmente sair da zona de conforto. E aí é que se testa o que podemos dar ou não. Sem experimentar não poderemos saber. O tempo é tão curto para poder ter essas oportunidades, que se não tivermos a espontaneidade de tomar essa decisão vamos chegar ao fim da carreira e pensamos: ‘E agora? Se eu tivesse tentado, gostaria de jogar neste ou naquele campeonato.’ E fica sempre um sabor amargo, que eu não queria ter.