Pêpê, o construtor

Natural de Viseu, Pedro Rodrigues chegou às escolas do Benfica com 12 anos, depois de ter representado a Casa do Benfica de Viseu, o Académico e o Ferreira das Aves. Com um trajeto muito interessante nas camadas jovens dos encarnados, o que lhe afiançou a presença regular nas Seleções Nacionais – 78 jogos e oito golos entre os sub-15 e os sub-21 –, muitos auguravam que o seu destino seria a equipa principal do Benfica. Contudo, apesar do excelente percurso na formação secundária e de ter chegado a fazer uma pré-época (sem oportunidades) na equipa principal, viu-se obrigado a procurar oportunidades fora da Luz. Primeiro, no Estoril, mas os bons desempenhos individuais não foram suficientes para evitar a descida da equipa à II Liga. Depois, no V. Guimarães, onde, contrariando as expectativas, nunca foi aposta permanente de Luís Castro, o que não inibiu os conquistadores de afiançarem a sua aquisição a título definitivo. O reencontro com Ivo Vieira, que já o havia orientado nos canarinhos, foi uma excelente notícia para Pêpê. Se é certo que começou a ser mais utilizado como médio-interior, posição que desempenha com facilidade, as últimas partidas marcam a sua afirmação no papel de médio-defensivo com perfil construtor. O espaço em que cresceu e em que poderá marcar mais diferenças. Mesmo não se tratando de um jogador impositivo nos duelos, sabe posicionar-se, cortar linhas de passe e efetuar recuperações através da interceção ou do desarme. Mas, sobretudo, oferece algo que o diferencia de muitos ‘6’: grande visão de jogo e tremenda facilidade no passe a diferentes distâncias, o que lhe afiança um papel notável tanto na assunção de ações de construção como de criação. Sempre com a velocidade de execução e de pensamento como suporte, além da firmeza na execução de lances de bola parada.