Record (Portugal)

SELEÇÃO OU GANHA OU APRENDE

Selecionad­or Paulo Pereira espera que a derrota frente à Noruega sirva de lição e que contribua para a evolução e maturidade dos ‘Heróis do Mar’

- ALEXANDRE REIS MALMO. SUÉCIA

COMITIVA PORTUGUESA JÁ ESTÁ EM MALMÖ

No desporto como na vida, nem sempre as derrotas são uma desgraça. O selecionad­or Paulo Pereira lamentou o desaire (28-34) frente à Noruega, na última jornada do Grupo D, disputado em Trondheim, mas tirou ilações positivas, não só desse encontro, mas também da campanha que a sua equipa está a realizar.

“Se fizermos o histórico recente dos nosso encontros, perdemos na preparação com Espanha, campeã europeia, e agora com a Noruega, dupla vice-campeã mundial. Queríamos muito ganhar, mas centrámo-nos mais no ruído do pavilhão do que no jogo, causado por vários fatores. Temos de melhorar já na próxima partida, assumindo o estatuto que temos, pois estar no Europeu é estar no topo do Mundo, num palco que é onde queremos estar. A enorme vontade de ganhar atraiçoou-nos, pois foi difícil controlar as emoções. Mas mesmo que fizéssemos um jogo perfeito, estou convencido de que nunca ganharíamo­s frente a um adversário que jogou em casa”, considerou ontem Paulo Pereira, na chegada a Malmö (Suécia), onde Portugal vai disputar a Main Round 2.

Para o técnico, não existem grandes dúvidas: “A Noruega é melhor do que nós, pelo que a derrota não incomoda desde que constitua uma aprendizag­em para o grupo se fortalecer e não voltar a cometer os mesmos erros. Temos de melhorar, mas pela frente apareceu-nos uma das seleções com uma primeira linha das mais eficazes do Mundo. Mesmo assim marcámos 28 golos, fartando-nos de falhar bolas fáceis, que normalment­e não falhamos. E temos de melhorar a transição. ” Paulo Pereira continua com ambições muito elevadas, tendo em conta a qualidade demonstrad­a pela sua equipa: “Vamos fazer tudo para continuarm­os no Europeu até 26, dia da final, apesar de um percalço que foi natural. Se na altura do sorteio do Europeu, com este grupo que nos calhou, me pedissem para concordar com os resultados que acontecera­m, tinha assinado por baixo, pois vencemos a poderosa França e a Bósnia, perdendo apenas com outra potência chamada Noruega.” Analisando ainda o embate com os nórdicos, o treinador diz que tinha a partida bem preparada, que o sete contra seis não funcionou completame­nte por causa das exclusões e que se falharam situações que normalment­e não acontecem, tudo para melhorar, o que pode já acontecer amanhã frente a outra anfitriã do Europeu, a Suécia, que terá o apoio de 12.000 espectador­es.

Sobre a nomeação para Treinador do Ano pela Confederaç­ão do Desporto de Portugal, Paulo Pereira desvaloriz­ou: “É sempre importante o andebol ser falado, mas este prémio resulta sempre de uma equipa de trabalho e não apenas de uma pessoa.”

A Seleção não chegou a treinar ontem, depois de viagem cansativa de Trondheim até Oslo, também na Noruega. Seguiu-se um voo até Copenhaga, na Dinamarca, com ligação por autocarro a Malmö.

“SE NO SORTEIO PEDISSEM PARA CONCORDAR COM ESTES RESULTADOS, ASSINAVA POR BAIXO”, DISSE PAULO PEREIRA

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