Record (Portugal)

SOBRECARGA MOTIVA PREOCUPAÇíO

Ingleses e franceses já falam em jogar de dois em dois dias para terminarem os campeonato­s. Clubes portuguese­s não veem com bons olhos essa hipótese

- ANDRÉ MONTEIRO, LUÍS MOTA E PEDRO PONTE

aperto do calendário por força da presente suspensão causada pelo coronavíru­s está a gerar polémica na Europa e alguma discórdia em Portugal. As ideias propostas pelo Sp. Braga na Liga de Clubes aproximam-se daquilo que a Premier League (Inglaterra) e a League 1 (França) ponderam aplicar – em último caso jogos de dois em dois dias – para manterem os compromiss­os televisivo­s milionário­s. Os bracarense­s são mais contidos e sugeriram começar a 31 de maio ou 7 de junho e acabar a 5 ou 12 de julho (jogos com intervalos de três e quatro dias). Mas a maioria dos clubes estão reticentes em tomar posição.

No entanto, o Sporting é uma exceção. Está contra os extremismo­s ingleses e franceses. Fonte dos leões vincou a Record: “Não concordamo­s com jogos de dois em dois dias, depois de paragem tão prolongada”. E explicou que o formato aumentaria o risco de lesão dos jogadores. “Parece-nos também prematuro abordar a possibilid­ade, sem termos certezas absolutas quanto à evolução da situação”, disse a mesma fonte, acrescenta­ndo que a sugestão verde e branca passa por jogar de três em três dias, num quadro otimista de regresso ao trabalho no início de maio.

A própria Liga de Clubes analisa um plano que ocupa as datas do Euro’2020, mas nada está decidido. Pelo contrário, dependerá da evolução da situação. Nesse sentido, fonte do FC Porto explicou que nas reuniões da Liga todos os clubes concordara­m que se deveriam retomar as provas quando estivessem reunidas condições, sendo que nada justifica, agora, a alteração de posicionam­ento. Também o Benfica joga à defesa no que ao formato diz respeito, vincando, disse fonte oficial, que “não toma posição sobre as ideias de Inglaterra e França”. Record contactou os responsáve­is dos restantes clubes e, entre estes, Dito, diretor do Gil Vicente, revelou que o aperto do calendário em junho “é uma hipótese que se está a debater”. Já o próprio Sp. Braga remeteu para as sugestões que fez em sede da Liga. E a maioria não se compromete­u com nenhuma posição nesta altura. Regra geral, consideram os dirigentes que ainda é cedo para lançar uma proposta e preferem esperar para ver como é que a situação do coronavíru­s se desenrola em Portugal.

LEÕES CONSIDERAM QUE A ELEVADA CARGA DE JOGOS IRÁ AUMENTAR O RISCO DE LESÃO DOS JOGADORES

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SAUDADES. Regresso do futebol europeu continua envolto em várias dúvidas nesta altura

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