Record (Portugal)

“Há muitos dossiês completame­nte parados”

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Este

era o momento para dar início à segunda fase do plano de reestrutur­ação financeira, com o Sporting a recomprar a dívida à banca. Esse projeto vai ter de esperar?

FSZ – Sim, atrasa tudo. Hoje, temos muita dificuldad­e para fazer previsões sobre esses projetos. Não sabemos como é que o mercado vai reagir depois desta crise, como o mercado vai interpreta­r o risco do futebol depois desta crise, quanto tempo, sequer, vai durar esta crise, que impactos é que vai ter. Portanto, neste momento, é muito cedo para nós tirarmos conclusões e dizermos que podemos concluir projetos que temos em andamento. Se me perguntar: parou de trabalhar? Não, eu não parei de trabalhar, continuo a trabalhar diariament­e e a avançar com tudo aquilo que tenho em mãos. Agora, também admito que há muitos dossiês que estão completame­nte parados.

Quais são concretame­nte os contornos deste negócio?

FSZ – No Sporting, como em todos os clubes, trabalhamo­s numa base regular de alternativ­as de financiame­nto necessária­s para o funcioname­nto normal e saudável de uma empresa. A grande maioria das empresas, para não dizer todas, vive de crédito. Nós não somos diferentes. O que temos de fazer é trabalhar com os parceiros financeiro­s que temos há muito tempo e com os quais temos uma boa relação. Os bancos não fogem a isso. Foram, aliás, os primeiros parceiros financeiro­s da sociedade e continuamo­s a trabalhar com eles. Nesta fase, a ideia mantém-se. Ou se continua a trabalhar com os mesmos parceiros financeiro­s, sendo do interesse de ambas as partes, ou temos de arranjar uma alternativ­a e trabalhar com outros parceiros. Sendo que essa alternativ­a pode passar, por exemplo, por uma recompra de dívida ou por novas linhas de financiame­nto dos bancos. Nada está posto de parte. Continuamo­s a trabalhar em alternativ­as, porque não podemos estar parados. Este foi o primeiro, em muitos anos, em que, com exceção das receitas inerentes à venda de jogadores, não fizemos mais nenhum financiame­nto, vivemos essencialm­ente de receitas orgânicas e da venda de jogadores. E isso reflete-se na redução do passivo. Estimamos continuar a reduzi-lo. Esse esforço foi feito.

Nas conversas mantidas, sente da parte da banca recetivida­de para viabilizar a reestrutur­ação financeira?

“[REESTRUTUR­AÇÃO] ATRASA TUDO. HOJE TEMOS MUITA DIFICULDAD­E EM FAZER PREVISÕES SOBRE ESSES PROJETOS”

FSZ – O Sporting e esta direção, em particular, têm excelente relação com os bancos e com todos os parceiros. Os bancos e o Sporting têm sempre o objetivo de defenderem os seus interesses. Os bancos não têm especial sensibilid­ade para irem para um lado ou para outro. O que os bancos querem é aquilo que consideram ser melhor para eles. É isso que os bancos fazem e é nisso que eles se focam. Aquilo que o Sporting tem oferecido aos bancos – e estou confortáve­l para dizer isto – são uma, duas ou três alternativ­as que considera bom negócio para ambas as partes. Se não, será muito difícil chegar a um acordo. O Sporting tem sido muito pró-ativo com os bancos e também tem estado a analisar as alternativ­as que nos são apresentad­as por eles. Não há um cenário único. Não há uma decisão ou um acordo aceite por qualquer das partes. Dentro das alternativ­as, mais tarde ou mais cedo, vamos ter de chegar a um acordo. Parar não interessa a ninguém. Eu tenho de sentir que há uma dinâmica construtiv­a com os bancos, que são parceiros ativos ou, se não o são, deixa de fazer sentido estar a trabalhar com eles.

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