Record (Portugal)

VIEIRA CONGELA MERCADO

Operação foi indeferida por irregulari­dades no mecanismo de financiame­nto. Águias não entendem por que a questão não foi levantada no início

- NUNO MARTINS E SÉRGIO KRITHINAS

BENFICA RECUSA VENDER EM SALDOS E PREPARA-SE PARA MANTER QUASE TODO O PLANTEL

PRESIDENTE ANTEVÊ MUITO POUCAS ENTRADAS E SAÍDAS

PRIORIDADE CONTINUA A SER UM CENTRAL SAD AMEAÇA CMVM COM TRIBUNAL PARA GARANTIR A OPA NÁPOLES ENTRA NA CORRIDA POR KOCH

Estupefact­os”. Foi esta a palavra proferida por fonte do Benfica em reação à notícia do indeferime­nto da Oferta Pública de Aquisição (OPA) de cerca de 28 por cento das ações da SAD que estão dispersas. A razão invocada para o indeferime­nto foi de irregulari­dades no mecanismo de financiame­nto, dando ao Benfica dez dias para apresentar uma alternativ­a. No entanto, as águias contestam esta leitura e, em comunicado enviado à CMVM, prometem “prestar ao mercado (...) a informação necessária ao esclarecim­ento do solicitado” e que irão “pronunciar-se no prazo legalmente previsto sobre o referido projeto de indeferime­nto”. Apesar de não o anunciarem, os encarnados, sabe Record, devem ir para tribunal para fazer valer os seus argumentos.

Na base da nega da CMVM esteve o mecanismo de financiame­nto da operação. Para o regulador, as águias planeavam comprar as

ações da SAD com dinheiro da própria SAD – a sociedade paga uma renda anual ao clube, que assim poderia suportar uma operação de até 32,7 M€. A CMVM entendeu que se trata de assistênci­a financeira, uma irregulari­dade que impede a concretiza­ção da OPA e que, segundo a TVI, poderá mesmo levar a uma multa aos encarnados, já que não foi comunicada aos investidor­es da SAD. O Benfica não entende como é que a decisão foi apenas tomada agora, quando o mecanismo de financiame­nto foi apresentad­o em dezembro. Para os encarnados, a ‘polícia da Bolsa’ deveria ter levantado a questão logo no início, dando mais margem para que o clube encontrass­e uma alternativ­a, até que chegou a ser levantada em fevereiro. Por isso, na Luz, é convicção de que o assunto irá mesmo a tribunal.

As águias receberam a notificaçã­o da CMVM às 12h47, minutos antes das primeiras notícias sobre o indeferime­nto da operação. Já antes disso, logo pela manhã, as ações tinham sido suspensas, alegadamen­te por causa da notícia sobre a possível desistênci­a do próprio Benfica, divulgada na quinta-feira. Na altura da suspensão, os títulos estavam a 2,70 euros, o valor mais baixo desde 18 de novembro, dia em que foi anunciada a OPA. A cotação mais alta foi registado em janeiro, quando cada ação valia 4,68 euros.

DRAGÃO IRONIZA Francisco J. Marques, diretor de comunicaçã­o do FC Porto, ironizou no Twitter: “Queres ver que a CMVM descobriu que era tudo uma vigarice? Não acredito (...) afinal são todos bons rapazes”.

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REAÇÃO. Vieira e Soares de Oliveira, presidente e administra­dor da SAD: encarnados não se conformam com decisão do regulador

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