Record (Portugal)

Um novo despertar

Alexandre Carvalho

- Subchefe de redação

Por muitas curvas, tabelas, matemática­s e ciências que se possam usar para olhar o futuro, ninguém poderá antecipar – com um grau de certeza minimament­e aceitável – tudo aquilo que ainda teremos de enfrentar até sairmos desta situação crítica em que nos encontramo­s. Factualmen­te, e sem meias-palavras, aquilo que temos pela frente é uma besta grotesca, invisível e que ataca de forma sorrateira, sem aviso prévio, e com a fatalidade própria das grandes tragédias. A Covid-19 não deixa pedra sobre pedra e mesmo quando for derrotada – porque vai ser – o lastro de destruição será tremendo.

Mas a história mostra-nos também que, depois das grandes calamidade­s, abre-se o caminho a um período de prosperida­de. No fundo, a um novo despertar. Novamente sem meias-palavras, o pós-coronavíru­s será difícil a todos os níveis, mas também trará uma oportunida­de única para que nasça uma nova visão do Mundo. A porta está fechada nesta fase, mas temos uma janela por onde podemos olhar e perceber que, afinal, as coisas que achávamos essenciais são, em muitos casos, supérfluas.

O desporto terá uma chance única de se reinventar. As diferenças financeira­s vão sempre existir, mas é importante atenuar as margens que separam os principais clubes de todos os outros, tanto a nível nacional como internacio­nal. Internamen­te – e perante a expectável descida do valor de patrocínio­s –, também haverá a chance de um maior reequilíbr­io entre os clubes. Esqueçamos as guerras de secretária e olhemos para a competitiv­idade do nosso futebol. Quando puderem, joguem à bola, senhores. Todos nós iremos agradecer a boa vontade.

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