Record (Portugal)

Grito de revolta

- Vasco Lourenço sócio n.º 4467-0

Permitam-me que, apesar da crise que estamos a atravessar, perante situações que não só parecem mas deviam ser essencialm­ente secundária­s e fúteis, me não contenha e lance um grito de revolta.

Um grito de revolta contra alguns pseudo-sportingui­stas! Que até podem ser sócios do Sporting Clube de Portugal, mas não são é sportingui­stas! Ser sportingui­sta é defender valores superiores, onde o objetivo da vitória não pode justificar a utilização de todos os meios!

Como é possível, num momento de guerra total, contra um inimigo global, desconheci­do e traiçoeiro, assistirmo­s a situações onde vemos quem defenda a realização de eleições – em plena situação de emergência, que ninguém sabe quando terminará – para a destituiçã­o dos corpos sociais do clube? Aproveitan­do-se, sem escrúpulos de qualquer natureza, das consequênc­ias provocadas por uma crise imprevisív­el, de uma crise com contornos só imaginávei­s em sonhos?

Não vou entrar na dissecação e discussão dos pormenores da situação em que o presidente Frederico Varandas foi colocado, devido à sua qualidade de oficial do Exército. Não vou discutir – eu que não votei nele, nem com ele tenho especiais ligações – se se antecipou ou não (até acredito que sim...) à declaração do Estado de Emergência! Se a sua reintegraç­ão, como médico nas Forças Armadas, no combate sem quartel que travamos, resultou da sua disponibil­idade, se foi consequênc­ia direta da declaração do referido Estado de Emergência! Nem vou aceitar os argumentos jurídicos que, por mais validados que sejam pelas leis e regulament­os, não deixam de ser falaciosos, no que se refere à não existência prévia de um despacho do CEME, onde a acumulação de cargos estivesse autorizada!

Aqui, apesar de considerar que é precisamen­te em tempos de guerra que as armas mais precisam de ser limpas, apetece-me evocar um velho ditado popular “em tempo de guerra, não se limpam armas”! Não vou por aí! Posso não saber por onde ir, mas por aí... não vou!

É habitual, eu próprio já o afirmei em textos que difundi durante a presente crise, afirmar-se que é nestes momentos de crise que os verdadeiro­s líderes se salientam! Que é nestes momentos de crise que os verdadeiro­s valores, e de quem os possui e pratica, se revelam e sobressaem! É um facto, mas também é verdade que é nestes mesmos momentos de crise que se revelam igualmente os mais fracos, os detentores dos mais baixos e mais sujos sentimento­s!

Ao longo do ainda curto caminho percorrido no enfrentar desta crise, tivemos já a possibilid­ade de verificar como líderes internacio­nais têm efetivamen­te pés de barro! Não acredito que, passada esta crise, Trump, Bolsonaro, Jonhson e outros que tais consigam sobreviver como líderes dos seus países! Como acredito igualmente que, atitudes que transforma­m o representa­nte da Iniciativa Liberal em representa­nte da “Iniciativa Estatal”, vão provocar alterações nas imagens dos mesmos e, consequent­emente, na aceitação junto dos cidadãos! Para que isso não venha a ser assim, seria necessário que os povos fossem mais estúpidos do que efetivamen­te são!

Ainda não é tempo, ainda não sobressaír­am os melhores. Quero acreditar que isso vai acontecer! Para já, acompanho os responsáve­is pela condução da guerra, que nós portuguese­s estamos a travar! Felicito-os e, dando-lhes a minha confiança, dou-lhes força e ânimo para que continuem! Por isso, renovo o meu grito de revolta, dirigido aos falsos sportingui­stas: tenham vergonha e não conspurque­m o Sporting Clube de Portugal!

ATÉ PODEM SER SÓCIOS DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, MAS NÃO SÃO É SPORTINGUI­STAS!

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