Grito de revolta
Permitam-me que, apesar da crise que estamos a atravessar, perante situações que não só parecem mas deviam ser essencialmente secundárias e fúteis, me não contenha e lance um grito de revolta.
Um grito de revolta contra alguns pseudo-sportinguistas! Que até podem ser sócios do Sporting Clube de Portugal, mas não são é sportinguistas! Ser sportinguista é defender valores superiores, onde o objetivo da vitória não pode justificar a utilização de todos os meios!
Como é possível, num momento de guerra total, contra um inimigo global, desconhecido e traiçoeiro, assistirmos a situações onde vemos quem defenda a realização de eleições – em plena situação de emergência, que ninguém sabe quando terminará – para a destituição dos corpos sociais do clube? Aproveitando-se, sem escrúpulos de qualquer natureza, das consequências provocadas por uma crise imprevisível, de uma crise com contornos só imagináveis em sonhos?
Não vou entrar na dissecação e discussão dos pormenores da situação em que o presidente Frederico Varandas foi colocado, devido à sua qualidade de oficial do Exército. Não vou discutir – eu que não votei nele, nem com ele tenho especiais ligações – se se antecipou ou não (até acredito que sim...) à declaração do Estado de Emergência! Se a sua reintegração, como médico nas Forças Armadas, no combate sem quartel que travamos, resultou da sua disponibilidade, se foi consequência direta da declaração do referido Estado de Emergência! Nem vou aceitar os argumentos jurídicos que, por mais validados que sejam pelas leis e regulamentos, não deixam de ser falaciosos, no que se refere à não existência prévia de um despacho do CEME, onde a acumulação de cargos estivesse autorizada!
Aqui, apesar de considerar que é precisamente em tempos de guerra que as armas mais precisam de ser limpas, apetece-me evocar um velho ditado popular “em tempo de guerra, não se limpam armas”! Não vou por aí! Posso não saber por onde ir, mas por aí... não vou!
É habitual, eu próprio já o afirmei em textos que difundi durante a presente crise, afirmar-se que é nestes momentos de crise que os verdadeiros líderes se salientam! Que é nestes momentos de crise que os verdadeiros valores, e de quem os possui e pratica, se revelam e sobressaem! É um facto, mas também é verdade que é nestes mesmos momentos de crise que se revelam igualmente os mais fracos, os detentores dos mais baixos e mais sujos sentimentos!
Ao longo do ainda curto caminho percorrido no enfrentar desta crise, tivemos já a possibilidade de verificar como líderes internacionais têm efetivamente pés de barro! Não acredito que, passada esta crise, Trump, Bolsonaro, Jonhson e outros que tais consigam sobreviver como líderes dos seus países! Como acredito igualmente que, atitudes que transformam o representante da Iniciativa Liberal em representante da “Iniciativa Estatal”, vão provocar alterações nas imagens dos mesmos e, consequentemente, na aceitação junto dos cidadãos! Para que isso não venha a ser assim, seria necessário que os povos fossem mais estúpidos do que efetivamente são!
Ainda não é tempo, ainda não sobressaíram os melhores. Quero acreditar que isso vai acontecer! Para já, acompanho os responsáveis pela condução da guerra, que nós portugueses estamos a travar! Felicito-os e, dando-lhes a minha confiança, dou-lhes força e ânimo para que continuem! Por isso, renovo o meu grito de revolta, dirigido aos falsos sportinguistas: tenham vergonha e não conspurquem o Sporting Clube de Portugal!
ATÉ PODEM SER SÓCIOS DO SPORTING CLUBE DE PORTUGAL, MAS NÃO SÃO É SPORTINGUISTAS!