“Quem me conhece sabe que queria fazer golo”
Falhou um penálti no jogo FC Porto-Portimonense e foi muito criticado por isso...
JM – Iria haver sempre comentários, quer a bola entrasse ou não. Vivo bem com essas situações e até compreendo os adeptos do Benfica que me enviaram mensagens e que pensam que me vendi ou que errei propositadamente, pois isso faz parte do futebol. Os adeptos, na generalidade dos casos, movem-se apenas pelo lado emocional. Não tenho de testemunhar-lhes que não falhei de propósito e quem me conhece sabe que queria fazer golo e colocar o Portimonense em vantagem num momento importante do jogo.
O que aconteceu naquele lance?
JM – Gosto de bater a bola por cima e não junto ao solo, mas a bola subiu demais por ter o corpo mal posicionado, conforme as imagens mostram. Ali, na mesma baliza, já tinha, em jogos contra o Benfica, marcado um penálti e falhado outro, chutando de forma muito idêntica.
O que sentiu?
JM – Lamentavelmente, não consegui ajudar a equipa, num lance que poderia, até do ponto de vista anímico, ter mudado a nossa situação. Se a bola tivesse entrado isso não nos garantia a vitória, mas o jogo ganharia contornos algo diferentes. São coisas que acontecem num jogo de futebol.
Como reagiu às mensagens que recebeu?
JM – Sempre tive um grande respeito pelos adeptos do Benfica. E continuarei a ter. Não será por uma meia dúzia de adeptos que a essência do futebol irá mudar. A rivalidade é algo que faz parte do jogo, embora neste momento de crise humanitária isso não tenha qualquer relevância pois estamos todos juntos na mesma luta.
O Portimonense está nos lugares de despromoção, em situação crítica e o Jackson tem marcado poucos golos. Porquê?
JM – É um problema coletivo. Se a equipa está bem, tens mais oportunidades e marcas mais... Acima de tudo, acho que se perdeu aquela força que na época passada tínhamos em casa. Todos os adversários sentiam
“SEMPRE TIVE GRANDE RESPEITO PELOS ADEPTOS DO BENFICA E ISSO NÃO MUDA POR CAUSA DE UMA MEIA DÚZIA”
grandes dificuldades em Portimão e o nosso estádio era uma fortaleza. Isso não tem vindo a acontecer nesta campanha e em momentos importantes não conseguimos vitórias que mudariam o nosso percurso. Se não somas pontos e os adversários somam, tudo fica mais complicado. Mas continuamos todos a acreditar que a permanência é possível e vamos lutar por esse objetivo até ao limite das nossas forças, quando tivermos a oportunidade de voltar a competir.
O Benfica teve uma vantagem larga, mas deixou-se ultrapassar pelo FC Porto...
JM – É a luta de sempre no futebol português. Faltam muitos jogos e será, seguramente, uma disputa renhida até ao último instante. Chegará ao título quem melhor souber aproveitar as oportunidades e for mais consistente, numa ponta final muito provavelmente a disputar em circunstâncias anormais, após a longa paragem.