“Mentalizámo-nos de que só podíamos ganhar”
Os 22 golos marcados por Acosta foram insuficientes para destronar o rei dos goleadores, Mário Jardel, mas contribuíram decisivamente para a conquista de um título que escapava aos leões havia 18 anos. Retirado das competições, a residir em Buenos Aires, o antigo internacional argentino fica surpreendido por já terem passado duas décadas e, sem que seja necessário convite, começa a desfiar memórias. “Tínhamos sofrido um golpe duro, quando perdemos com o Benfica. Se tivéssemos ganho, conquistávamos o título, em casa. A concentração era muito grande. Mentalizámo-nos de que só podíamos ganhar. Estávamos a um pequeno passo de conquistar o título, que não era só mais um: era o primeiro, após 18 anos”, recorda Acosta, sublinhando que “não foi só o dia” ou “os 90 minutos” do jogo. Foi o crer de “uma grande equipa”, de futebolistas “com muita experiência”, foi “a vibração positiva dos adeptos”. E foi... Augusto Inácio, que em finais de setembro substituiu Giuseppe Materazzi no comando técnico. “Adaptámo-nos rapidamente, porque estávamos bem fisicamente e havia uma grande equipa. Os treinadores tomam decisões e Augusto Inácio tomou as decisões corretas; por isso, é parte muito importante do título”, reconhece o argentino, que mantém contacto com muitos dos heróis de 2000 e, sempre que vem à Europa, mata saudades de Lisboa e do Sporting. “Tenho mais afinidade com Nuno Santos, Toñito, Rui Jorge, Pedro Barbosa, Beto, Vidigal e Nélson... Era um grupo humano muito bom. Com Schmeichel nem tanto, devido ao idioma”, reconhece Acosta, que gostaria de juntar todos à da mesa, para assinalar a data. Não o pode fazer, por causa da pandemia de Covid-19.