Record (Portugal)

FALTA AQUELE

- PEDRO FILIPE PINTO

Paulo Fonseca lamenta os danos da pandemia e frisa que “não consegue imaginar o futebol assim”

A questão dos festejos deve ser um dos temas mais pensados por jogadores e treinadore­s neste momento. Como é que se celebra um golo, uma vitória ou uma grande defesa de forma contida? É difícil pensar num futebol assim e Paulo Fonseca, treinador da Roma, abordou esse tema numa carta publicada no site do clube, na qual fala do poder de um simples abraço.

“É difícil para mim imaginar jogar sem a paixão dos adeptos e, especialme­nte, sem aquele abraço. Sim, aquele abraço que utilizamos para celebrar o melhor momento do futebol: o golo. O momento em que o marcador do golo desaparece num monte de abraços”, explicou o técnico português de 47 anos, elencando alguns desses momentos: “No primeiro ano no Shakhtar, num jogo que passámos de 0-2 para 3-2 nos minutos finais, todos vieram abraçar-me. Nunca esquecerei, tal como em Braga, com o golo do Marcelo Goiano que nos deu a Taça de Portugal. Ou em Paços de Ferreira, com o golo do Manuel José que nos qualificou para os playoffs da Champions, ou agora em Roma, com o golo do Dzeko no último minuto em Bolonha. Há tantos momentos que acabam com esse abraço que nunca esquecerei.”

Por fim, Paulo Fonseca partilhou também um pensamento sobre os dias que vive. “Até ao nosso regresso, é necessário tomar decisões imediatas e tomá-las agora é quase como arbitrar um jogo sem apito nem cartões”, conclui.*

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