Que temem Guardiola e Lampard?
ç“Quero treinar e estou desesperado para que a Premier regresse, assim que seja seguro, particularmente agora que vemos outras ligas a prepararem-se para retomar a ação”. São palavras de José Mourinho, após o debate entre os treinadores do campeonato inglês, realizado na quarta-feira. Tal como o treinador do Tottenham, também Ancelotti e Klopp defenderam o recomeço do futebol, ao contrário de Guardiola e Lampard, que se mostraram relutantes em voltar aos relvados.
Estranha-se esta posição dos treinadores do City e do Chelsea. As suas razões até poderão nem ser as mesmas, mas permitem várias leituras. Será que a recusa já manifestada por alguns dos craques do City levaram a que o espanhol prefira ficar no segundo lugar e num apuramento garantido para a próxima Champions? Será que Lampard teme perder o acesso à mais importante competição europeia? Não sei, mas as suas posições são dúbias para quem vive desta indústria.
Uma indústria que começa a ser controlada pelo City Football Group, dono do Manchester City, que acabou de comprar mais um clube, desta feita o Lommel SK, aumentando para nove os emblemas que possui . Considero positiva a entrada de capitais privados nos clubes, mas a existência de um grupo proprietário de clubes nos EUA, na Austrália, no Uruguai, no Japão, em Espanha, na Índia, na China e, agora, na Bélgica deixa-me preocupado em relação ao futuro. O que move o grupo árabe? Que estratégia tem o ‘sheikh’ Mansour? Dominar o futebol ou transformá-lo noutra coisa qualquer? E até que ponto se irá manter um mínimo de equilíbrio entre os clubes? E o fair play financeiro não será ultrapassado? E finalmente, que pensa a FIFA disto?