Exigência máxima
Mais um grande desafio para os treinadores de futebol. Todos percebemos que para além do coronavírus, existe agora o enorme desafio de encontrar soluções para este interregno, obrigatório e não planeado do campeonato da 1.ª Liga. Concluir a prova dentro do desiderato planeado obriga a cuidados especiais.
Nãoexisteumaeducação unicamentedefísicos.Manuel Sérgio defende há mais de 30 anos que a “preparação física do desporto altamente competitivo não tem sentido, já que o treino se deve subordinar a um modelo de jogo, onde são trabalhados simultaneamente os vários aspetos do humano”. Atendendo a este facto, tudo indica quão difícil têm sido os treinos com os jogadores distanciados uns dos outros num desporto iminentemente coletivo.
“A verdadeira dimensão da técnica repousa na sua utilidade para servir a inteligência e a capacidade de decisão tática dos jogadores e das equipas. Um bom executante é, antes de mais, aquele que é capaz de selecionar as técnicas mais adequadas para responder às sucessivas configurações do jogo. Por isso, o ensino e o treino da técnica no Futebol, não devem restringir-se aos aspetos biomecânicos, mas atender sobretudo às imposições da sua adaptação inteligente às situações de jogo. Nesta perspetiva, afigura-se mais importante saber gerir regras de funcionamento, ou princípios de ação, do que utilizar técnicas estereotipadas ou esquemas táticos rígidos e pré-determinados (Garganta, 2001).”
É fora deste contexto que os jogadores têm desenvolvido a sua atividade, até ao momento, não tendo tido oportunidade de desenvolver os fundamentos defensivos/ofensivos, domínio do espaço, temporização, ações coletivas complementares, etc. etc. etc., para o bom funcionamento de uma verdadeira equipa, e de um verdadeiro jogo.