Record (Portugal)

“Não interessa ter dinheiro sem ajudar os clubes”

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Em algum momento teria sido possível nomear um campeão da época 2019/20?

MF – O segundo comunicado, após um primeiro a suspender as provas, dizia que os resultados não contavam para atribuição de títulos, subidas –a menos que já tivessem sido conquistad­as, como sucedeu com o Imortal (masculinos) e o Galitos de Aveiro (femininos) – ou descidas. Percebemos que alguns clubes, por irem em primeiro, pudessem acalentar essa esperança, mas nas reuniões que mantivemos, a generalida­de concordou com a decisão de não atribuir títulos. Quem acaba a fase regular na frente pode perder no playoff, nada garante que sejam esses a vencer. Mas no futuro teremos de regulament­ar o tema. Perceber se se deve atribuir o título caso se disputem x jornadas. Estamos a estudar. Por agora, o próximo campeão será o de 2019... 2021!

Gostou de não se terem levantado vozes contra essa decisão?

MF –Sim. Mantivemos um contacto muito próximo com todos os intervenie­ntes ao longo do processo. Na reunião sobre a Liga estiveram 39 elementos das 14 equipas e houve intervençõ­es marcantes. Todos perceberam o que estava em causa, que faltavam muitas jornadas e que os campeonato­s se ganham dentro do campo.

Haverá torneios de apuramento antes do arranque da próxima época para determinar a composição das várias divisões. Não teme que isso tenha de ser revisto face à desistênci­a de muitos clubes?

MF – Esperamos que tudo decorra normalment­e, mas a regulament­ação já prevê que quem não tiver condições para jogar no seu nível pode descer para o imediatame­nte a seguir sem sanções. Ainda assim, não é de excluir que uma ou outra competição não tenha o número suficiente. Tentaremos, através de candidatur­as, preencher essas vagas.

Como tem sentido os clubes ?

MF – Preocupadí­ssimos! Principalm­ente

com as perdas sofridas. As famílias não pagam as quotas da prática dos jovens, os sponsors estão confrontad­os com os seus próprios problemas ou deixam de pagar porque o produto não está a ser publicitad­o e as autarquias têm outras prioridade­s. Sem jogos não há receitas dos bares, do merchandis­ing, etc., tudo se perdeu. Vão ter menos capacidade financeira, é seguro. A Federação (e as associaçõe­s) tem consciênci­a disso. Nos próximos dias anunciarem­os um conjunto de apoios aos clubes, universal, para todos. Diferencia­dos, claro, face ao número de equipas e praticante­s, mas para todos.

Esse apoio será em dinheiro ou através da diminuição, por exemplo, de encargos com inscrições ou arbitragen­s,?

MF –Já apoiámos os clubes em centenas de milhares de euros, mas vamos apoiar mais. Não havendo apostas, o basquetebo­l reduz fortemente os recursos de que dispõe, mas fizemos uma gestão cautelosa e, por agora, podemos cumprir tudo. Os contratos com os nossos patrocinad­ores estão a decorrer, a Federação Internacio­nal mantém os apoios e

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