“Bruno Lage já era perfeccionista nos sub-17”
çO que representou para si passar pelos escalões de formação do Benfica?
NM – Foi muito bom! É sempre complicado sair de casa com 13 anos e ir para uma cidade como Lisboa, deixar a família e os amigos, deixar tudo para trás e ir completamente em busca de um sonho. Mas é, sem dúvida alguma, das melhores experiências, se não a melhor, que tive na vida. Aquilo fez-me crescer como homem. Tive de viver no centro de estágios e cresci para a vida, a nível mental, pois não tinha os meus pais para me ajudar no dia a dia. Cresci como homem e jogador e a escola do Benfica foi muito boa para me ensinar muito do que sei hoje.
+E nos juvenis do Benfica foi treinado pelo Bruno Lage. Que recordações tem?
NM – Boas memórias. São ligações que ainda mantenho, falamos quando o Rio Ave joga contra o Benfica. Naquela altura já se via que era uma treinador que ia dar certo. Demorou o seu tempo... O tempo que tinha de demorar e está a ter o êxito que está a ter. Mas já se via que ia ter sucesso.
+Lage teve algum papel particular na sua evolução?
NM – Ele teve e todos os treinadores que tive até hoje. Ajudaram-me, nem que fosse num pequeno detalhe. E o Bruno Lage já era muito isso, nessa altura dos juvenis já era perfeccionista nos detalhes. E isso fazia a diferença, depois, para lançar muitos jogadores para o futebol.
+Considera justas as críticas a Lage depois da liderança perdida na Liga NOS?
NM – Nem quero responder a isso. É algo que não me cabe a mim discutir.
+E agora tem no Rio Ave o irmão, o Luís Nascimento.
NM – Eu já o conhecia dos tempos do Benfica, já tínhamos alguma relação. Também já se vê que está ali um futuro treinador!
+O que aconteceu para chegar
NM – Foi uma opção. Ia passar aos sub-19 do Benfica. Éramos cinco ou seis defesas-centrais e sentia que não teria o tempo de jogo desejado para, depois, saltar para o futebol profissional. Então senti que, vindo para o Rio Ave, conseguiria estar mais perto desse objetivo.
NM – Foram muitos... O Bernardo Silva também. Ele nunca ou raramente jogava no escalão da sua idade e vinha jogar ao meu, que sou um ano mais novo. Tinha uma qualidade tremenda e era incompreensível como é que ele não jogava. O Gonçalo já se via que seria um fenómeno do futebol. Também joguei com o Rony Lopes. E com alguns que até jogavam muito à bola e não deram certo.
Uma vez disse que fazia muitas asneiras quando era novo...
NM – Foi a fase das maluqueiras, na altura dos meus 13 ou 14 anos. Eu e a escola não éramos os melhores amigos, não me portava lá muito bem... Mas não era um bandido! Só não era o melhor exemplo de aluno.