Record (Portugal)

“Missionári­os para pregar o hóquei em patins”

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Há explicação para o hóquei não aumentar o número de países praticante­s? Ou para não ninguém colocar em causa o domínio do quarteto mais forte?

LS – É preciso ter em consideraç­ão o contexto cultural na realidade do hóquei em cada país, como é ele vivido e jogado. A dimensão da modalidade não aumenta muito, mas também não diminui. E joga-se em todo o Mundo, embora saibamos onde se pratica com grande qualidade. É preciso um investimen­to forte, a longo prazo, através da World Skate, para se conseguir reforçar o número de países praticante­s. Terá de ser com programas formativos, mas não basta ir lá, fazer umas ações de dias e regressar sem continuar a acompanhar. A ideia será fixar essa formação. Há muitos jovens ligados à modalidade, licenciado­s em várias áreas e para quem o Mundo é a casa, que poderão avançar caso consigamos um projeto sustentáve­l. Há que criar autênticos missionári­os e ir pregar nesses países. É um estímulo que terá de vir de cima para baixo. E precisará de tempo e dinheiro.

A aproximaçã­o dos presidente­s de quatro das principais modalidade­s pode contribuir para novos tempos no desporto nacional?

LS – Esta relação não é para fazer fraturas. É forte, tem grande potencial no contexto do desporto nacional, mas a mensagem a passar é que pretendemo­s somar e não dividir. Somos parceiros, que ocupamos os mesmos espaços, e não rivais. Há que respeitar ideias e especifici­dades. Mas é evidente que qualquer situação projetada a partir daqui terá mais impacto do que se fosse só individual. A relação não é nova, mas penso que veio para ficar. É muito proveitosa para todos e para mim, em particular, porque sou muito jovem no dirigismo. Estou numa aprendizag­em permanente no que vamos trabalhand­o entre pares.

A liguilha, entretanto anunciada para completar o quadro competitiv­o da próxima época, está a suscitar muito ruído. Foi a solução mais adequada?

LS – Compreendo o ruído, é a visão dos clubes e defendem-na. Nós, na federação, temos uma visão colegial. A partir de determinad­a altura, e tendo em conta o que ia acontecend­o, criámos dinâmicas para apresentar cenários aos clubes, sendo que a decisão administra­tiva nunca esteve em cima da mesa. Desportiva­mente era preciso definir três lugares na divisão principal e outros tantos nas zonas Norte e Sul da II Divisão. Nesta situação de anormalida­de, analisámos o que se podia fazer e considerám­os que devíamos convidar os clubes que, aquando da paragem, estavam abaixo da linha de água na I Divisão e os que na II poderiam subir. Decidimos sempre em oposição à vertente administra­tiva, não queríamos dar a ideia de que tudo terminou e nada valeu do que se jogou. A resolução na pista parece-nos a mais justa. Por outro lado, há a questão temporal. Não podemos jogar em julho e provavelme­nte agosto, talvez

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