Proença joga fichas todas na mudança de estatutos
Dia 9 de junho, Pedro Proença poderá jogar a última cartada enquanto presidente da Liga Portugal. O dirigente máximo do organismo vai propor uma alteração aos estatutos que irá alterar o modelo de governação, na linha do projeto já apresentado pelo G15, que prevê redução de poderes dos grandes e maior participação dos mais pequenos, apurou Record. A medida servirá, também, como ação de charme após as últimas polémicas e a contestação de que foi alvo na última reunião de presidentes. Assim, apurou Record, Proença vai propor na assembleia geral (AG) a substituição da direção da Liga por uma espécie de conselho de administração. O projeto contempla um conselho de presidentes que aprovará um plano estratégico, definido a 4 anos e com metas traçadas, que será cumprido pela direção executiva. Esta última medida dará voz aos clubes mais pequenos, embora a representatividade não esteja definida e os emblemas da Liga Pro possam ter menos votos como já acontece nas AG. Mas não só, a direção executiva ganha também maior autonomia na gestão da Liga, pois fica com a estratégia delineada e deixa de estar dependente dos clubes que estão na direção do organismo. Por outro lado, questões orçamentais, relatórios e contas e regulamentos continuam a ser decididos em AG. A próxima AG não está, porém, ainda convocada. O pedido feito por Proença antes da reunião de presidentes de anteontem à mesa da AG só poderá ser executado formalmente a partir de dia 1 de junho, altura em que já será possível haver reuniões com mais de 10 pessoas. E de acordo com os estatutos da Liga Portugal, há um período mínimo de 8 dias entre a convocatória e a realização da AG.
A reunião de anteontem, recorde-se, foi escaldante, mas houve emblemas que tentaram apaziguar o momento, como Santa Clara, Boavista, Tondela ou P. Ferreira. Apelaram ao foco no futebol e na retoma da Liga e não a presidência. Ainda assim, Record sabe que Proença terá muitas dificuldades em manter o cargo. A vontade de destituir o atual presidente não colhe unanimidade, mas a maioria parece disposta a isso.