GUERRA COM A ALTICE
FC PORTO RECUSA CORTES PROPOSTOS PELA OPERADORA
LUTA PARA IR ATÉ ÀS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS
O FC Porto está revoltado contra os cortes que a Altice pretende impor e mostra-se disposto a lutar até às últimas consequências no sentido de que o contrato firmado com a operadora seja cumprido na sua plenitude. A multinacional recusa-se a pagar as prestações relativas aos meses de abril e maio, apesar de estar garantido o regresso do futebol à atividade e, pelo contrário, manifestou tanto publicamente como em privado a sua pretensão de “ajudar os clubes” antecipando, isso sim, verbas relativas à temporada de 2020/21. Algo que, para os azuis e brancos, está completamente fora de hipótese.
“Não pagam mas emprestam dinheiro por conta do ano que vem. Isso não é pagar”, explicou a Record uma fonte identificada com o processo. O entendimento da SAD vai nesta linha, acusando a Altice de não pagar as verbas com as quais se comprometeu, criando dificuldades de liquidez aos clubes. A administração analisou a proposta e recusou-a liminarmente, entendendo ter argumentos jurídicos fortes a robustecer a sua posição. Desde logo, porque nada no contrato entre as partes determina que tenham de existir jogos todos os meses, o que aliás nem costuma ocorrer em junho e julho, ao contrário do que vai suceder esta temporada, e isso nunca foi considerado um problema pela operadora.
O FC Porto não admite ainda que sejam tecidas comparações entre a realidade francesa, onde a Altice está sedeada, e o que sucede em Portugal. A Ligue 1 foi encerrada por decisão governamental, enquanto a 1ª Liga esteve apenas suspensa, reatando em breve o seu curso normal. A Altice, porém, nos contactos que foram mantidos aos mais alto nível entre as suas entidades, manteve-se fiel à mensagem que tem libertado publicamente, e que dá conta do seu entendimento de que, não tendo o campeonato seguido o seu curso em abril e maio, dado que março chegou a ser pago ao FC Porto, não existe obrigação contratual de saldar as prestações retidas.
A SAD orçamentou, para 2019/20, um encaixe de direitos televisivos de 42,561 milhões de euros, dos quais 18,148 milhões já entraram no 1º semestre.
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