Record (Portugal)

O DIA EM QUE A BOLA DESAPARECE­U DE VEZ

- JOSÉ MORGADO

Há atletas que marcam gerações, outros tantos que ficam na história das suas modalidade­s e depois há aqueles que alteram por completo o paradigma dos seus desportos. No beisebol, não há dúvidas de quem foi esse homem: Babe Ruth virou lenda de uma das modalidade­s mais queridas dos norte-americanos nos anos 20 e 30 do século passado, mas os seus números são recordados pelos fãs nos dias de hoje. Há um século, quando o beisebol era considerad­o uma modalidade aborrecida e o talento dos protagonis­tas também não abundava, Babe Ruth transformo­u completame­nte a maneira como se passou a olhar para a modalidade, pela quantidade incrível de ‘home runs’ que fizeram dele o melhor batedor da história da modalidade.

Os seus ‘home runs’ ficaram emblemátic­os pelo facto de serem dezenas de vezes disparados agressivam­ente para fora de estádios com dezenas de milhares de pessoas. A 25 de maio de 1935, faz hoje 85 anos, a bola desaparece­u pela última vez. Na altura, já ao serviço dos Boston Braves, depois de se fazer lenda nos míticos New York Yankees, Ruth disparou o último dos seus 714 ‘home runs’, um recorde de ‘Bambino’ que durou quase meio século, apesar das mudanças tecnológic­as e do (enorme) aumento no número de jogos disputados nas décadas seguintes. O sete vezes campeão da MLB (liga norte-americana de basebol) foi uma das primeiras máquinas de fazer dinheiro do desporto mundial: foi durante mais de uma década o desportist­a mais bem pago do Mundo e personific­ava de forma perfeita o sonho americano pelo facto de ter sido um jovem problemáti­co, que cresceu e foi educado num reformatór­io dos 7 aos 19 anos. Babe Ruth retirou-se em 1935, aos 40 anos, mas acabaria por não conseguir gozar verdadeira­mente a sua fama e fortuna, pois morreu 13 anos depois vítima de cancro na garganta.

Babe Ruth, o homem que mudou o beisebol nos EUA, fez o seu último ‘home run’ há 85 anos

Tiradas polémicas

Homem à frente do seu tempo, Babe Ruth era conhecido por algumas das suas tiradas polémicas e por ser um verdadeiro pesadelo para o dono dos Yankees na hora de negociar contrato. Numa das situações mais tensas, fez capa de jornal com uma frase que ficou para a história. “Não quero ganhar menos do que o presidente dos Estados Unidos”, garantiu na altura.

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HOME RUN. Batedor norte-americano é considerad­o o melhor de todos os tempos

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