TORCIDA VERDE EXIBE TARJAS ANTIRRETOMA
Claque critica jogos sem público e acusa FPF, Liga Portugal, FIFA e UEFA de assassinarem o futebol
Quando faltava uma semana para o regresso da Liga NOS – suspensa desde março devido à pandemia do coronavírus – a Torcida Verde realizou um protesto na fonte luminosa da Alameda Dom Afonso Henriques, em Lisboa, contra a retoma do campeonato no âmbito de uma iniciativa internacional, subscrita por 346 grupos de adeptos. Mas não só. Em causa está que o modelo do futebol enquanto negócio estará a ser assassinado pela Liga Portugal, Federação Portuguesa de Futebol (FPF), FIFA e UEFA, no entender da claque e de acordo com o que disse Luís Carlos, líder deste grupo, a Record.
“A COVID-19 VEIO DESMONTAR O ESTADO CALAMITOSO DAS FINANÇAS DOS CLUBES, QUE DEPENDEM DAS TRANSMISSÕES”
“Não queremos o regresso do futebol e transmitimos isso mesmo às entidades competentes em abril. Enviámos a nossa posição para a Presidência da República e para a secretaria de Estado da Juventude e Desporto”, começa por justificar o responsável máximo da Torcida Verde em relação às tarjas exibidas ontem, acrescentando que as críticas até vão para lá do protesto contra a retoma. “A Covid-19 desmontou o estado calamitoso das finanças dos clubes, que dependem quase exclusivamente das receitas das transmissões televisivas.”
É que na opinião de Luís Carlos, enquanto representante da Torcida Verde, este apego dos clubes portuguesas às receitas conseguidas através dos direitos televisivos está a destruir o futebol e leva a que sejam tomadas decisões que o podem vir a prejudicar, ao contrário do que está a ser feito no estrangeiro. “As competições nos outros países acabaram e não vemos clubes a falir como ameaçaram cá em Portugal”, disse, complementando: “Este regresso abre um precedente grave, que coloca o futebol ainda mais na mão da ‘pay tv’.”*