“Descalabro poderia ter sido evitado”
Carlos Costa jogou pelo clube em quatro escalões nacionais diferentes e aplaude regresso à 1.ª Liga
Carlos Costa jogou em quatro campeonatos nacionais (1ª Liga, 2ª Liga, 2ª Divisão B e 3ª Divisão) com a camisola do Farense e foi o treinador que retirou o clube do escalão mais baixo do futebol distrital, a 2ª Divisão da AF Algarve. “Uma viagem ao fundo do poço, que poderia ter sido evitada”, sentencia.
Vindo do Beira-Mar, Carlos Costa chegou a Faro na época da participação na Taça UEFA (1995/96). “Ainda apanhei uns anos do ciclo dourado do Farense, antes do descalabro”, assinala a Record o último capitão do Farense na 1ª Liga.
A descida ao segundo escalão, em 2001/02, “foi consequência de um conjunto de dificuldades que se avolumavam a cada época”. “Importa dizer que a espiral negativa do Farense teve tanto de escassez de meios como de motivações políticas, com um presidente da câmara a dizer que a autarquia não estava vocacionada para gerir clubes de futebol e a abrir caminho para o vazio, ao não ajudar na procura de soluções”, sustenta.
O antigo futebolista, de 53 anos, acredita que “tudo poderia ter sido evitado” e lembra que na época 2002/03, na 2ª Liga, “o Farense dispunha de um excelente plantel e de todas as condições para voltar ao escalão principal mas não se juntaram as vontades necessárias fora do balneário”. Seguiu-se um “descalabro inimaginável”. “Lembro-me de algumas pessoas rirem-se quando as chamei para ajudar o clube, na 2ª distrital. ‘O Farense ainda existe?’, perguntavam-me...”, recorda Carlos Costa, concluindo: “Felizmente foi possível reerguer esta grande instituição, de volta ao lugar que merece.”*
“A ESPIRAL NEGATIVA DO CLUBE TEVE TANTO DE ESCASSEZ DE MEIOS COMO DE MOTIVAÇÕES DE NATUREZA POLÍTICA”, REFERE