Manual de sobrevivência
FORMAR, LANÇAR E EXPORTAR. É ESTE O GUIA DE RESISTÊNCIA SEGUIDO PELOS EMBLEMAS SÉRVIOS, TORNANDO O CAMPEONATO MAIS APELATIVO PARA PROSPETORES DE INÚMEROS CLUBES EUROPEUS. SE STRAHINJA PAVLOVIC, A GRANDE REVELAÇÃO DO EXERCÍCIO, JÁ FOI CAPTURADO PELO MONACO
çMarko Ilic (Vozdovac, 1998).
Guarda-redes formado no Vojvodina, a falta de espaço na transição para sénior fez com que rumasse, em agosto de 2018, ao Vozdovac, clube que lhe abonou a oportunidade de realizar 52 jogos na divisão maior. Sobressai pela agilidade, elasticidade e reflexos rápidos, como também pela resolução de situações de 1x1 e no controlo da profundidade. Confortável com o pé direito, não se obsta a participar na primeira fase de construção.
Arandjel Stojkovic (Vojvodina, 1995).
Contratado, em julho de 2018, ao Spartak Subotica, é um lateral-direito robusto, poderoso nos duelos e belicoso no desarme. Algo que não o inibe de atacar com vigor a profundidade, até porque compensa algumas limitações no ca- pítulo técnico com velocidade e agressividade, mostrando propriedades no remate – bola corri- da e parada – e nos cruzamentos.
Radovan Pankov (E. Vermelha, 1995).
Formado no Vojvodina e com passagens intermitentes nos russos do Ural e nos cipriotas do AEK, ingressou, no último defeso, no Estrela Vermelha, após brilhar no Radnicki Nis. Robusto, o defe- sa-central destro revela perspicácia na antecipação e agressivi- dade no desarme. Não se esconde quando é necessário assumir ações de condução ou construção, exibindo predicados no pas- se. Perigoso nos lances de bola parada laterais.
Strahinja Pavlovic (Partizan, 2001).
Internacional sérvio dos sub-16 aos sub-21, o defesa-central canhoto assumiu, aos 18 anos, a titularidade no Partizan, e as excelentes presta- ções levaram o Monaco a investir 10 milhões de euros (aquisição a consumar em 2020/21). Poderoso do ponto de vista físico, o que permite que se imponha com contundência nos duelos, é fortíssimo no jogo aéreo e incisi- vo nos desarmes e antecipações. Contudo, o mais surpreendente é a forma perspicaz como prota- goniza ações de construção, não se inibindo de penetrar com bola no meio-campo rival e de provocar desequilíbrios.
Mladen Devetak (Vojvodina, 1999).
Internacional sérvio dos sub-16 aos sub-21, é um lateral-esquerdo de perfil ofensivo, que explora a velocidade, agressividade e disponibilidade física para oferecer largu- ra e atacar a profundidade. Ape- sar de exibir argumentos muito razoáveis nos cruzamentos e no passe, também é capaz nos movimentos interiores em direção a zonas de finalização, de forma a explorar o remate de pé esquerdo. A nível defensivo, sente- -se melhor na proteção do espaço exterior.
Mirko Topic (Vojvodina, 2001).
Formado no Vojvodina, o médio-defensivo, que fez 19 anos em fevereiro, conseguiu impor-se na formação de Novi Sad. Robusto e com uma perceção posicional interessante, mostra competência a defender, conciliando atributos no desarme e na antecipação, mas não se esconde a atacar, exibindo argumentos na construção a diferentes distâncias e na condução, que pode (e deve) aprimorar. O bom jogo aéreo ajuda-o nos lances de bola parada laterais.
Njegos Petrovic (E. Vermelha, 1999).
Contratado, em agosto de 2019, ao Rad, o internacional sub-21 sérvio conquistou espaço no Estrela Vermelha, debutando na Champions. Médio-centro, capaz de desempenhar as funções de ‘8’ ou ‘6’, muito disponível fisicamente, o que lhe permite percor- rer inúmeros espaços. Agressivo e pressionante, é mais impositivo no desarme do que na anteci- pação, apresentando argumentos na construção e condução, que poderá estabilizar, sobretu- do quando tem de decidir sob pressão. Tem remate forte de pé direito, que utiliza, várias vezes, de fora da área.
Nikola Cumic (Radnicki Nis, 1998).
Uma das revelações do campeonato em 2019/20, como atestam os oito golos e duas assistências em 20 jogos, o destro viu os bons desempenhos serem premiados pelo de- bute como internacional sub-21 e pela transferência para o Olympiacos, a troco de 500 mil euros, que será consumada na próxima época. Médio-ala/extremo destro, capaz de atuar a partir dos dois corredores, acutilante a explorar contra-ataques e ataques rápidos, ao com- binar velocidade, agilidade e aceleração com imprevisibilida- de no 1x1 e agressividade a protagonizar diagonais em direção ao espaço interior. Aí, harmoni- za facilidade no remate com o pé direito com atributos razoáveis nos passes de rutura.
Lazar Pavlovic (Partizan, 2001).
Internacional sérvio dos sub-15 aos sub-19, o jovem, que atingiu a maioridade em novembro, viu a ascensão na primeira equipa ser travada pela paragem. Médio-ofensivo versátil, habitualmente utilizado como ‘10’, mas também capaz de atuar como médio-centro, o destro sobressai pela técnica com que assume ações, pela visão e qualidade no passe, o que o leva a arrogar um papel crucial em fases mais adiantadas de construção, até pela forma como promove associações de rutura. Sagaz a desmarcar-se, surge com facilidade em zonas de finalização.
Filip Stevanovic (Partizan, 2002).
Unidade móvel de ligação entre o meio-campo e o ataque, o internacional sub-19 sérvio, que só fará 18 anos em setembro, foi conquistando espaço no Partizan, tornando-se um alvo cada vez mais apetecível fora de portas. Utilizado preferencialmente a partir do corredor esquerdo, sempre com o espaço interior em ponto de mira, o destro sobressai pela agilidade, virtuosismo técnico e finta ziguezagueante, o que lhe permite criar desequilíbrios com facilidade, mas deverá moderar a tendência para individualizar as ações. Um aspeto que não lhe retira a capacidade para estabelecer conexões ou buscar a baliza rival após diagonais – com e sem bola – para o espaço interior.
Umar Sadiq (Partizan, 1997).
Internacional olímpico nigeriano, protagonista de um trajeto tergiversante, em que constam passagens descontínuas por Spezia, Roma, Bolonha, Torino, NAC Breda, Rangers e Perugia, encontrou na Sérvia o espaço que procurava, como atestam os 16 golos e 13 assistências em 34 jogos. Robusto e agressivo, sem perder mobilidade e poder de aceleração, gosta de atuar a toda a largura da frente do ataque, não dando referências aos rivais e fomentando combinações. Apesar do estilo desengonçado, provoca e cria desequilíbrios, sobressaindo pelo oportunismo, argúcia na desmarcação e espontaneidade no remate de pé direito.