O castigo da porta fechada
Independentemente de todos os percalços por que temos vindo a passar, alguns com reflexos no desenvolvimento das expectativas relativamente ao retorno do futebol, fica um amargo de boca, relativamente à ausência de público nas bancadas. Podem ligar o som que entenderem, os hinos que melhor jeito possam dar mas, efetivamente, o público, o verdadeiro público, que gosta de futebol, faz falta nas bancadas.
Com todo o respeito pelas entidades que determinaram tal exceção, parece-me que algum público não deveria fazer mal ao futebol, bem pelo contrário, seria uma forma de conforto para os jogadores. Atrevo-me a dizer que psicologicamente os principais obreiros do jogo se sentiriam muito mais disponíveis e sem qualquer trauma, que provocará, quer se queira quer não, as bancadas completamente vazias.
As entidades competentes tiveram na devida altura ‘coragem’, não por princípios meramente desportivos, mas por motivos políticos e essencialmente económicos, de permitir que a Liga tivesse o seu epílogo. Mas daí até ao momento, muitas coisas mudaram. A pandemia apresenta resultados significativamente diferentes dos que então se verificavam; por isso, talvez se justificasse um ajustamento das medidas tomadas então numa situação diferente, para a qual muito contribuiu o comportamento dos portugueses.
Não será fácil em termos organizativos proceder a tal desiderato, mas estou convicto que, com um pouco de esforço por parte dos clubes e muita perseverança por parte dos adeptos, se poderiam articular esforços em prol daqueles que tantos sacrifícios fazem pelo desporto, de que apaixonadamente se enamoraram. Nada no Mundo existe de tão perfeito ou tão errado, que não possa ser modificado.