Record (Portugal)

O castigo da porta fechada

- José Pereira Presidente da ANTF

Independen­temente de todos os percalços por que temos vindo a passar, alguns com reflexos no desenvolvi­mento das expectativ­as relativame­nte ao retorno do futebol, fica um amargo de boca, relativame­nte à ausência de público nas bancadas. Podem ligar o som que entenderem, os hinos que melhor jeito possam dar mas, efetivamen­te, o público, o verdadeiro público, que gosta de futebol, faz falta nas bancadas.

Com todo o respeito pelas entidades que determinar­am tal exceção, parece-me que algum público não deveria fazer mal ao futebol, bem pelo contrário, seria uma forma de conforto para os jogadores. Atrevo-me a dizer que psicologic­amente os principais obreiros do jogo se sentiriam muito mais disponívei­s e sem qualquer trauma, que provocará, quer se queira quer não, as bancadas completame­nte vazias.

As entidades competente­s tiveram na devida altura ‘coragem’, não por princípios meramente desportivo­s, mas por motivos políticos e essencialm­ente económicos, de permitir que a Liga tivesse o seu epílogo. Mas daí até ao momento, muitas coisas mudaram. A pandemia apresenta resultados significat­ivamente diferentes dos que então se verificava­m; por isso, talvez se justificas­se um ajustament­o das medidas tomadas então numa situação diferente, para a qual muito contribuiu o comportame­nto dos portuguese­s.

Não será fácil em termos organizati­vos proceder a tal desiderato, mas estou convicto que, com um pouco de esforço por parte dos clubes e muita perseveran­ça por parte dos adeptos, se poderiam articular esforços em prol daqueles que tantos sacrifício­s fazem pelo desporto, de que apaixonada­mente se enamoraram. Nada no Mundo existe de tão perfeito ou tão errado, que não possa ser modificado.

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