“Antes do Mundial de 2002 podia ter assinado pelo Sporting”

çAntes de ter acusado positivo num controlo antidoping, durante a preparação para o Mundial 2002, é verdade que esteve perto de se transferir para o Sporting?

DK – Sim, é verdade. Fiz uma grande época no Marítimo (6 golos em 41 jogos). Em Alvalade, contra o Sporting, o míster László Bölöni passou por mim e disse que tinha sido dos jogadores mais interessantes que tinha visto jogar. Disse-me que queria contar comigo, que seria uma das prioridades para a próxima época, mas na altura havia o campeonato do Mundo. E eu não me comprometi. Esperei para ver o que se ia passar. Também havia o Marítimo e o presidente Carlos Pereira teria sempre uma palavra a dizer. Por isso, esperei pelo Mundial. Só depois é que poderia decidir alguma coisa.

Já pensou que se tivesse assinado pelo Sporting, tudo poderia ter sido diferente na sua carreira?

DK – Sim, mas são escolhas que temos de fazer. Na altura, tinha contrato com o Marítimo e acabei por ficar. E reafirmo, é algo que tenho de agradecer. O presidente Carlos Pereira sabia a verdade e fez de tudo para me defender.

Antes de chegar ao Marítimo, foi campeão no Benfica e no FC Porto. Passou ainda pelo Paris Saint-Germain, onde jogou com os brasileiros Raí e Leonardo. Sentiu, ao jogar em grandes clubes e com uma condição de vida melhor que a maioria das pessoas, que às vezes pode ser demasiado fácil ceder a outro tipo de tentações?

DK – Sem dúvida. E esse é um alerta que faço às pessoas. Porque quem tem possibilidades facilmente gasta mais dinheiro. E a situação pode descontrolar-se. O meu conselho é que não o façam. Mas durante esse período nunca tive qualquer problema. Não nego que o acesso a determinado tipo de coisas é mais facilitado, mas nem sequer pensava nisso. Não estava minimamente para aí virado.

Sente que é importante os jogadores rodearem-se de pessoas de confiança?

DK – Sem dúvida. E eu também tive pessoas dessas ao meu lado durante a minha carreira.