“FC Porto à frente? Na última época também recuperámos”
RUI GOMES DA SILVA ATIRA-SE A VIEIRA “Nunca fui sócio do FC Porto, quanto mais 24 anos” DAVID TAVARES AINDA POSITIVO AO FIM DE 23 DIAS
DA FILIAÇÃO PORTISTA AOS NEGÓCIOS
Rui Gomes da Silva respondeu ontem a Luís Filipe Vieira naquilo a que chamou “carta aberta”. O antigo vice-presidente não gostou de ouvir o presidente do Benfica dizer que “qualquer dia estaria no Porto Canal”. “Sou – desde a última renumeração – o sócio 1.812, sócio desde 23 de Agosto de 1958. Sem interrupções como sócio e como benfiquista. Nasci no Porto, com muito orgulho, mas nunca fui sócio do FC Porto. Nem um dia, quanto mais 24 anos. Nem descobri o Benfica já na idade adulta. Nunca me sentei na tribuna do antigo Estádio das Antas ao lado do presidente do FC Porto a vibrar com golos do clube da casa”, criticou o assumido candidato às eleições à presidência, numa publicação feita no blogue ‘Novo Geração Benfica’, lembrando o facto de Vieira ter sido associado do FC Porto durante o dito período, até 2009. Um facto que o próprio presidente chegou a confirmar, dizendo que alguém lhe pagou as quotas até então. Gomes da Silva, de 61 anos, lamentou também os negócios com Jorge Mendes, sublinhando que o clube “é instrumento de qualquer testa de ferro”. “Lamento que hoje, o Benfica, gerido por ti, seja o Benfica das comissões, do enriquecimento dos empresários – não me obrigues a dar nomes - e das OPA dos teus amigos ou sócios… dos negócios sucessivos que destroem a equipa. Em Portugal, nos últimos anos, temos mais campeonatos, mas perante adversários falidos”, contestou o ex-‘vice’ durante sete anos, aproveitando para fazer também mira a Luís Bernardo, atual diretor de comunicação do Benfica, pelo facto de este ter sido o “mentor de imagem e de comunicação de Bruno de Carvalho”, ex-presidente do Sporting, “com os ataques ao Benfica que conhecemos”, acrescentou. Sempre dirigindo-se diretamente a Vieira, Gomes da Silva acusou o atual presidente “de sobreviver de negócios” e de fazer “da BTV um canal fechado e de veneração própria, algo que colide com os valores de sempre do Benfica”. “Não percebes que o Benfica não é teu nem nunca será de ninguém. É de todos nós!”, exclamou o advogado lisboeta.