“Inoxidável”?
O italiano e sempre inventivo ‘Tuttosport’ chama a Pinto da Costa “o presidente inoxidável” e, de facto, faz sentido relacionar com o aço quem comanda o FC Porto há quase quatro décadas. Nesta longa viagem, os Dragões conseguiram um sucesso ímpar na sua história e foi muito à custa do sentimento de gratidão e do elo sentimental que se foi criando que Pinto da Costa acaba de ser reeleito para o seu 15.º mandato com mais de 68% dos votos.
É um resultado muito satisfatório para quem está há tanto tempo no poder, mesmo se levarmos em conta que as principais alternativas à Lista A estavam na Lista A ou apoiavam a Lista A... Mas, até por isso, foram igualmente relevantes os 26,44% conseguidos por José Fernando Rio, principalmente se levarmos em conta que o próprio Pinto da Costa tinha dito que os seus dois concorrentes teriam sempre contra si a circunstância de “não terem passado no clube”.
Com esta percentagem, Rio ganhou direito a “andar por aí” vigilante, prerrogativa também ganha pelos três representantes da Lista D que foram eleitos para o Conselho Superior (e que fizeram a campanha mais terna e inteligente). Também eles contribuíram para as segundas eleições mais concorridas de sempre no clube, que, importa dizê-lo, decorreram com uma organização e uma elevação exemplares. Pinto da Costa terá agora de provar que ainda tem um futuro para dar ao clube. Pode parecer ingratidão dizê-lo, até por ser um presidente medalhado como nenhum outro, mas é uma obrigação natural que deve ser imposta a um líder carismático que, nos últimos anos, permitiu o declínio desportivo e estrutural e o descalabro financeiro.