Dedicatória merecida
Luciano Gonçalves
Foi com muito agrado e satisfação que tomei conhecimento de que a final da Liga dos Campeões será em Lisboa. Naturalmente, tal só é possível devido à comunhão de esforços movidos pela Federação Portuguesa de Futebol, à qual dirijo as primeiras palavras de congratulação.
Não obstante, a comunicação que foi feita em volta deste evento deu-lhe um significado que não posso deixar de ressalvar. Certamente que o senhor primeiro-ministro não quis dar como prémio aos profissionais de saúde – que continuam a lutar contra a pandemia que nos assola – a final da Liga dos Campeões em Lisboa. Mas sim, o prazer de todos
CHAMPIONS EM LISBOA SÓ FOI POSSÍVEL DEVIDO À COMUNHÃO DE ESFORÇOS MOVIDOS PELA FPF
nós em recebermos no nosso país a final de tão relevante competição, dedicando-a aos profissionais de saúde como gesto simbólico de gratidão. Na mesma perspetiva de um golo que é dedicado a alguém.
Talvez fosse mais importante que os nossos governantes pudessem seguir o repto de outros países da Europa, promovendo e concretizando o tão esperado reconhecimento salarial dos profissionais de saúde. Mas, para já, esta será sempre uma bonita dedicatória. Resta aguardar pelo futuro.
A final da Liga dos Campeões é muito mais do que um jogo de futebol. É o culminar de uma árdua competição, a qual exige muito esforço e dedicação por parte de todo e qualquer interveniente. A pandemia exige que seja à porta fechada, mas acredito que não será por isso que será menos especial.