Record (Portugal)

“Quem vos anda a pagar almoços?”

- VALTER MARQUES

Técnico recusa atirar a toalha ao chão após mais uma derrota e, quando questionad­o se sente que tem condições para continuar, levanta a suspeita de haver jornalista­s a promover treinadore­s para o seu lugar

Que análise faz a este jogo?

– Começo pela segunda parte: A equipa entra e consegue marcar três golos. Tivemos uma entrada muito forte, fizemos o golo do empate. Sofremos outro e depois conseguimo­s a reviravolt­a no marcador e até poderíamos ter marcado mais. Na minha opinião, oferecemos duas oportunida­des de golo ao Santa Clara. Na primeira parte, criámos algumas oportunida­des. Houve um golo um pouco estranho, o do Santa Clara. Mas a forma como sofremos e marcamos os golos deixa-nos um sabor amargo. São três pontos que não poderíamos ter perdido. Não poderíamos ter sofrido estes golos desta forma.

– Com que argumentos vai convencer os adeptos de que merece continuar à frente da equipa?

– Com muito trabalho. É a única forma de convencer adeptos, jogadores. O empenho é igual. Espero que nos continuem a apoiar.

– A equipa está a acusar pressão?

– Penso que não. Está a jogar neste contexto, sem adeptos, que não é natural. Jogar com este estádio vazio não é a mesma coisa.

– Diante do Rio Ave, o Dyego Sousa foi titular e saiu ao intervalo. Agora, aconteceu o mesmo com o Seferovic. O objetivo é os pontas-de-lança desgastare­m as defesas adversária­s?

- Um dos trabalhos de um ponta-de-lança é esse. O importante é todos eles estarem prontos.

– Passa-lhe pela cabeça pedir a demissão?

– Desde a terceira jornada que estão muito preocupado­s com o meu lugar. Recordo-me que até me perguntara­m qual é o meu ordenado. Por vezes fico a pensar, quem é que andam a tentar promover para entrar no meu lugar?

Fico a pensar quem vos anda a pagar alguns almoços, alguns jantares e algumas viagens para entrar no meu lugar.

– Nota alguma falta de consistênc­ia na equipa esta época?

– É preciso dividir o que se passou até fevereiro e depois. Temos tido oscilações. Não é uma questão de maturidade, mas é verdade que há muita juventude na equipa.

– Pelo trabalho que tem feito, senti que, neste momento, poderia contar com ele. Fico feliz por se ter reencontra­do com o seu jogo. Ajudou a equipa a marcar os três golos e a fazer a primeira reviravolt­a. Mérito dele.

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