Jogo interior desbloqueia dérbi
Depois do empate nas Aves, o FC Porto voltou ao seu habitual sistema em organização ofensiva (3x1x4x2), alternando Sérgio Oliveira ou Otávio na construção, mas com Sérgio Conceição a manter o posicionamento mais central de Corona, com liberdade total entre linhas [1]. O Boavista apresentou-se no seu habitual 5x4x1 em organização defensiva, quase sempre em controlo, num bloco baixo e compacto e esperando por momentos para sair em ataque
ENTRADA FULGURANTE NA 2ª PARTE PERMITIU AO FC PORTO CONSTRUIR UMA VITÓRIA SÓLIDA E JUSTÍSSIMA
rápido.
Foi uma primeira parte pouco conseguida dos dragões, com uma circulação lenta e por fora do bloco do adversário, exagerando no jogo vertical e criando poucas ocasiões de perigo. A equipa do Bessa, que se limitou a defender em quase toda a primeira parte, teve nos movimentos de Yusupha, tanto na profundidade como em apoio, os seus dois melhores lances de toda a partida.
Tudo mudou no 2.º tempo, com os a azuis a aumentarem a velocidade de circulação e a procurarem mais o jogo interior. Sérgio Conceição juntou Uribe a Sérgio Oliveira, subindo Otávio para a zona de criação, próximo de Corona. Os dois criativos conseguiram por três vezes alimentar os poderosos movimentos de rutura de Marega a partir do corredor direito. Primeiro foi o mexicano a assistir para o primeiro golo [2], e de seguida foi o a vez do brasileiro [3], que lançou o maliano nos lances dos dois penáltis. Destaques ainda para a boa entrada de Manafá ao intervalo, que veio dar mais profundidade ao corredor direito, e de Fábio Vieira, que entrou no 2.º tempo e ainda assistiu para o quarto golo.
A equipa do Bessa apresentou algumas dificuldades na coordenação da sua última linha de cinco, por vezes desalinhada e com os seus elementos a não colocarem os apoios de forma a controlar a profundidade. Nota ainda para a noite infeliz do central peruano Dulanto, que juntou erros de posicionamento aos dois penáltis cometidos.
Foi uma vitória justa do FC Porto, com uma segunda parte de excelente nível, combinando na perfeição jogo interior e profundidade ofensiva, cimentando a liderança.