Record (Portugal)

E TUDO JOVANE LEVOU

RÚBEN AMORIM “Seremos uma grande equipa”

- CRÓNICA DE RUI DIAS

çUm Sporting competente e feliz no modo como construiu o resultado conquistou mais três pontos sob o comando de Rúben Amorim. Não fez uma grande exibição, não brilhou como noutras ocasiões na presente versão e até sofreu no arranque do jogo, mas acabou por impor-se; chegou ao intervalo a ganhar por números excessivos para o equilíbrio que marcou o primeiro tempo mas foi capaz de justificar a vitória com uma segunda parte mais dominadora e consistent­e. Para a história fica ainda a confirmaçã­o de que Jovane é leão em estado de graça: esteve em campo 45 minutos sofridos e sem grande evidência, mas marcou dois golos, um absolutame­nte extraordin­ário, num gesto acrobático na cara do guarda-redes Koffi. Um daqueles momentos só ao alcance dos predestina­dos. E se falamos de felicidade leonina, ela traduziu-se em dois aspetos, o primeiro dos quais o penálti que fez o resultado já em tempo de compensaçã­o da primeira parte. O segundo momento, que acabou por selar a vitória verde e branca, conferindo-lhe segurança depois do intervalo, teve a ver com a excelente entrada de Francisco Geraldes, cuja intervençã­o e posicionam­ento em campo (entre a esquerda e a zona central do terreno) permitiram à equipa obter hegemonia no jogo – o futebol coletivo sportingui­sta adquiriu um brilho relativo que nunca tivera até então.

Grande entrada azul

Muito bom o arranque da equipa de Petit, consumando uma pressão sufocante sobre a primeira fase de construção sportingui­sta. Tremenda a forma como o conjunto se articulou para travar o adversário; como ocupou o espaço e roubou a bola; como os seus jogadores foram capazes de, durante um quarto de hora, vencerem todos os duelos individuai­s, introduzin­do na máquina verde e branca grãos de areia que a emperraram e não lhe deram margem de manobra para desenvolve­r o seu futebol. Entre equipas com sistemas táticos iguais, o que proporcion­ou um encaixe perfeito, a vantagem inicial dos azuis teve como prémio o golo de Licá e espelhou uma tendência global favorável a quem jogava em casa.

Aos poucos o jogo aproximou-se da normalidad­e. Era impossível à formação do Jamor manter o ímpeto daqueles minutos, ao mesmo tempo que os leões iam dando mostras de querer definir um pendor mais atacante. O empate surgiu sem surpresa, ainda que na sequência de um erro de Koffi, que saiu fora de

tempo a um pontapé de canto executado na direita. Mesmo que o jogo se tenha aproximado do equilíbrio territoria­l, veio à tona a qualidade superior dos jogadores do Sporting, o seu talento para criarem desequilíb­rios, mesmo que a contenda estivesse a ser disputada de igual para igual. Jovane assinou um grande golo aos 36 minutos, num gesto acrobático espetacula­r, e elevou para 3-1, já na compensaçã­o, num penálti a castigar falta de Rúben Lima sobre Sporar. Ao intervalo, o desnível era excessivo para o que se tinha passado. O resultado era bastante melhor do que a exibição.

Com Geraldes

A segunda metade foi diferente. Com Geraldes em campo, houve mais Sporting, com mais bola e melhores ações de construção. O adversário, sempre empenhado em enferrujar os processos de criação leoninos, perdeu capacidade para pressionar tão alto e de surpreendê-lo com decisões repentinas, aproveitan­do desequilíb­rios alheios. A equipa de Petit tentou cuidar melhor da bola, sair a jogar de trás e assim aproximar-se da baliza de Maximiano, mas não teve arte e engenho para lá chegar com êxito. O Sporting controlou as operações, revelou maior segurança de processos e assentou a sua maior convicção numa vantagem de dois golos que, em boa verdade, nunca foi posta em causa.

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