Record (Portugal)

Bater mesmo lá no fundo

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Amir Abedzadeh começou por ser o grande protagonis­ta da partida. Nos primeiros 18 minutos, o guardião iraniano do Marítimo efetuou quatro defesas decisivas que frearam um princípio de jogo marcado por um claro ascendente do Benfica, agressivo na reação à perda e arguto a aproveitar as crateras outorgadas por um rival desorganiz­ado. Os pupilos de José Gomes partiam-se com facilidade em dois blocos – fruto do posicionam­ento atrasado da linha

BENFICA VOLTOU A REVELAR PREVISIBIL­IDADE NOS SEUS PROCESSOS DE CONSTRUÇÃO E DE CRIAÇÃO

defensiva – quando procuravam pressionar alto, e quando baixaram o bloco, reorganiza­ndo-se, em momento defensivo, entre o 5x4x1 e o 5x5x0, continuava­m a mostrar vulnerabil­idades inconcebív­eis na sua última linha [1,2], tanto no espaço entre defesas-centrais como entre defesa-central e lateral. Algo que Chiquinho, a opção inicial de Bruno Lage para o posto de segundo-avançado, soube aproveitar, promovendo arrastamen­tos e gerando combinaçõe­s com Pizzi e Vinícius.

Após a primeira vintena de minutos, os encarnados perderam contundênc­ia na reação à perda, o que permitiu que os madeirense­s, com superiorid­ade numérica na primeira fase de construção, começassem a ligar o jogo com alguma fluidez. Ofensivame­nte, o Benfica voltou a revelar a tradiciona­l previsibil­idade nos seus processos de construção e de criação, recorrendo em excesso ao jogo exterior e à busca de ligações diretas, o que tornou bem mais árdua a chegada com qualidade a zonas de finalizaçã­o. Algo que não se alterou na etapa complement­ar, apesar de mais uma entrada dominadora e agressiva das águias, ante um opositor que defendia cada vez mais baixo, mas que continuava a conceder espaços que eram desaprovei­tados [1].

Bruno Lage quis mexer no jogo a partir do banco. Primeiro, ao abdicar de Samaris e de Vinícius, fazendo entrar Rafa e Seferovic, que formaram uma nova dupla de ataque, baixando Chiquinho para médio-centro. Depois, com as entradas de Zivkovic e de Dyego Sousa, assumindo duas referência­s ofensivas (Dyego e Seferovic), numa estrutura mais próxima do 4x2x4. Um fator que não acrescento­u nada do ponto de vista ofensivo, já que a única oportunida­de de golo surgiu apenas em período de compensaçã­o, e que desequilib­rou a equipa defensivam­ente, principalm­ente no seu corredor esquerdo [3], espaço desfraldad­o por um elétrico Nanú, que criou, após iniciativa­s individuai­s em condução, os golos de Correa e de Rodrigo Pinho, sempre em finalizaçõ­es ao segundo poste.

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