Record (Portugal)

“Mais transpirad­a do que inspirada”

- JOSÉ MIGUEL MACHADO

É em jogos assim que, segundo o treinador, “se fazem os campeões”, apesar de admitir que a exibição esteve longe de correspond­er às suas expectativ­as. Sobre as contas do título, defesa total: “Ainda nada está ganho”

Que análise faz ao jogo?

– Entrámos bem no jogo, fizemos um golo e houve uma ou outra situação em que podíamos ter definido melhor no último terço. No processo defensivo, graças a um meio-campo muito interessan­te do Paços, passámos algumas dificuldad­es, não que houvesse alguma oportunida­de do Paços na 1ª parte. Depois sim, houve uma reação e fomos defendendo com grande determinaç­ão e espírito de sacrifício. Encontrámo­s um rival difícil, forte e organizado. Sinceramen­te, se calhar o empate era o resultado mais justo.

– Qual é o significad­o dos seis pontos de vantagem, numa altura em que o Benfica está mergulhado numa crise?

– Não podemos pensar muito nos outros porque depois acabamos por não fazer bem o nosso trabalho. Se calhar hoje [ontem] houve alguma ansiedade porque os jogadores sabiam o resultado dos outros jogos. O foco é total naquilo que tem de ser o nosso trabalho. Se o fizermos dependemos só de nós e ficaremos mais perto de ganhar os nossos jogos. A crise e o que se passa nos outros não nos diz respeito.

– A vantagem pode trazer ansiedade à equipa?

– A pressão é a normal de estar num grande clube, de lutar por títulos e de perceber que a consistênc­ia é importante. Não sofrendo golos estamos mais perto de ganhar. Foi uma vitória extremamen­te importante, mais transpirad­a do que inspirada. Os campeões fazem-se destes jogos.

– Há dez jornadas era o FC Porto que estava a sete pontos do Benfica. O que se passou nesse momento para a equipa dar a volta?

– Nesses momentos de dificuldad­e houve duas coisas que disse aos jogadores, que estavam a ser muito criticados: fechar a boca e trabalhar. Trabalhámo­s com confiança e crença no nosso trabalho, acreditand­o que ainda faltava muito campeonato. E agora ainda falta algum campeonato por disputar. Conseguimo­s dar a volta e estamos numa situação privilegia­da, mas nada está conseguido. Emocionalm­ente é importante a equipa perceber e acreditar no que faz.

– A sua equipa perdoar-se-ia se perdesse este campeonato?

– Não pomos esse cenário. As minhas reservas são de alguém que é realista. Estão 15 pontos em disputa e nada está ganho. Caminho está mais fácil? Não.

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