“Mais transpirada do que inspirada”
É em jogos assim que, segundo o treinador, “se fazem os campeões”, apesar de admitir que a exibição esteve longe de corresponder às suas expectativas. Sobre as contas do título, defesa total: “Ainda nada está ganho”
Que análise faz ao jogo?
– Entrámos bem no jogo, fizemos um golo e houve uma ou outra situação em que podíamos ter definido melhor no último terço. No processo defensivo, graças a um meio-campo muito interessante do Paços, passámos algumas dificuldades, não que houvesse alguma oportunidade do Paços na 1ª parte. Depois sim, houve uma reação e fomos defendendo com grande determinação e espírito de sacrifício. Encontrámos um rival difícil, forte e organizado. Sinceramente, se calhar o empate era o resultado mais justo.
– Qual é o significado dos seis pontos de vantagem, numa altura em que o Benfica está mergulhado numa crise?
– Não podemos pensar muito nos outros porque depois acabamos por não fazer bem o nosso trabalho. Se calhar hoje [ontem] houve alguma ansiedade porque os jogadores sabiam o resultado dos outros jogos. O foco é total naquilo que tem de ser o nosso trabalho. Se o fizermos dependemos só de nós e ficaremos mais perto de ganhar os nossos jogos. A crise e o que se passa nos outros não nos diz respeito.
– A vantagem pode trazer ansiedade à equipa?
– A pressão é a normal de estar num grande clube, de lutar por títulos e de perceber que a consistência é importante. Não sofrendo golos estamos mais perto de ganhar. Foi uma vitória extremamente importante, mais transpirada do que inspirada. Os campeões fazem-se destes jogos.
– Há dez jornadas era o FC Porto que estava a sete pontos do Benfica. O que se passou nesse momento para a equipa dar a volta?
– Nesses momentos de dificuldade houve duas coisas que disse aos jogadores, que estavam a ser muito criticados: fechar a boca e trabalhar. Trabalhámos com confiança e crença no nosso trabalho, acreditando que ainda faltava muito campeonato. E agora ainda falta algum campeonato por disputar. Conseguimos dar a volta e estamos numa situação privilegiada, mas nada está conseguido. Emocionalmente é importante a equipa perceber e acreditar no que faz.
– A sua equipa perdoar-se-ia se perdesse este campeonato?
– Não pomos esse cenário. As minhas reservas são de alguém que é realista. Estão 15 pontos em disputa e nada está ganho. Caminho está mais fácil? Não.