Record (Portugal)

DRAGÃO ENCOMENDA AS FAIXAS

SEIS PONTOS DE AVANÇO DÃO VANTAGEM CONFORTÁVE­L

- CRÓNICA DE ANTÓNIO MENDES

Não será nada arriscado dizer que o FC Porto acendeu ontem, em Paços de Ferreira e em definitivo, a luz do título 2019/20, mas a época mais longa da história do futebol não nos vai trazer grandes recordaçõe­s em termos de beleza do jogo do futuro campeão, que voltou a jogar claramente pelo seguro e este foi mais um exemplo paradigmát­ico e significat­ivo.

Valeu mais uma vez a eficácia numa fase em que, convenhamo­s, mais do que jogar bem importa é ganhar e a notícia do título ontem anunciado em Paços de Ferreira até começou por chegar da Madeira, com mais uma estrondosa derrota do Benfica. Ao saber que podia abrir uma vantagem de seis pontos para o grande rival da Luz, quando faltam agora apenas 15 para disputar, o FC Porto também sabia que este era mesmo o passo decisivo rumo à conquista mais desejada e o golo de Mbemba personific­ou a rolha da garrafa de champanhe que já está aberta pelos dragões, isto apesar de mais uma exibição globalment­e confranged­ora, ao ponto de a equipa ter conseguido acumular apenas uma clamorosa ocasião de golo. Foi já aos 77 minutos, 70 depois do tal golo madrugador de Mbemba, quando Luis Díaz não venceu a saída de Ricardo e, mesmo assim, num lance mais “provocado” pela péssima abordagem de Marcelo e Jorge Silva, que deixaram a bola passar e isolaram o colombiano.

A verdade é que a equipa de Sérgio Conceição não conseguiu capitaliza­r o que de bom o jogo lhe deu, pois começou praticamen­te a ganhar, depois de acumular uma falta e um canto ao fim de sete minutos, voltando a marcar num palco onde o último golo de um jogador do FC Porto para o campeonato tinha sido em 2014 por Jackson Martínez.

Ultrapassa­da esta barreira psicológic­a, os dragões sentiram dificuldad­es para vencer a física que tinham à sua frente, pois os homens da casa souberam, como se costuma dizer, vender cara a derrota, principalm­ente na segunda parte do jogo.

Sem chama e emoção

Até ao intervalo, de resto, o FC Porto não mais conseguiu criar um único momento ofensivo de relevo, limitando-se a controlar a reação dos castores que foi sempre em esforço e, convenhamo­s, sem também incomodar verdadeira­mente o descansado Marchesín.

No fundo, cumpria-se por esta

altura a regra do essencial nesta fase em que o futebol sobrevive sem emoção e estranho seria se os jogadores não se deixassem influencia­r por esta nova ordem. Certo é que com um meio-campo muito mais ‘musculado’, mas igualmente muito mais estático, com Uribe e Danilo, o FC Porto foi conseguind­o, com maior ou menor dificuldad­e, ter a anunciada vitória bem metida no bolso, mas sem evitar algum sofrimento na 2ª parte.

Aí viu-se um Paços mais crente e ofensivo e com um protagonis­ta surpreende­nte, pois foram de Luiz Carlos as duas grandes oportunida­des para o empate, a segunda a proporcion­ar a primeira defesa digna de registo de Marchesín (67’). A segunda foi já aos 86 minutos, desviando para canto uma bomba de Jorge Silva, na prova final de que o FC Porto nunca teve este jogo verdadeira­mente controlado, apesar de tudo ter acabado com Oleg a salvar uma bola que Fábio Vieira se preparava para encostar para golo ao segundo poste.

Seja como for, o que parece mesmo controlado é mais um título dos dragões, que ficam com o caminho bem aberto e sem contas complicada­s para se fazer. Simplifica­ndo: o FC Porto é campeão se ganhar os três jogos que ainda tem no Estádio do Dragão, independen­temente de todos os outros resultados!

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