“É um orgulho sofrer com eles”
Treinador destaca capacidade de assumir adversidades de frente e garante que finais das partidas a tremer têm servido para unir o grupo. Rejeita prometer mais do que uma vitória no desafio seguinte
“O FOCO É MANTER A POSIÇÃO E MELHORAR. TEMOS UM CALENDÁRIO MUITO DIFÍCIL. O 3.º LUGAR NÃO ESTÁ GARANTIDO”
“SEI QUE OS ADEPTOS QUEREM TÍTULOS, MAS É DIFÍCIL OS JOGADORES PENSAREM DOIS JOGOS À FRENTE”
“O JOELSON VAI SOFRER O QUE NÃO SOFREU. ERA SEMPRE ELE A DECIDIR E AQUI TEM DE SE ENTROSAR COM UMA EQUIPA. ESTÁ COM ALGUMA DIFICULDADE”
Em dia de aniversário, a equipa deu a melhor prenda?
– Foi a prenda que podíamos dar: uma vitória aos sportinguistas. Este é bom momento do clube. Está muito no início, mas estamos a começar algo bom. Temos o lançamento de jovens, que se notou no jogo. Tivemos juniores em campo e isso é bom para clube sabendo que é importante lançar jovens e consolidar a sua formação.
– Com terceiro lugar mais consolidado, já olha para o segundo posto?
– Olho para cima e tenho um clube a 9 pontos. Olho para baixo e tenho um clube a 5 pontos. O nosso foco é manter a posição e tentar melhorar em termos de vitórias, pontos, mais golos marcados e menos golos sofridos. Temos um calendário muito difícil e não acho que o 3.º lugar esteja garantido, nem o 4.º. O Rio Ave está muito bem, o Sp. Braga e o Famalicão também. Podia dizer que quero ir ao segundo lugar e depois no treino e no campo não ser ambicioso. Sou realista. Jogo a jogo, vamos seguindo o nosso caminho e é mais fácil para eles [jogadores].
– Promete lutar pelo título na próxima temporada?
– Sei que os adeptos querem títulos e o Sporting vive de títulos. Agora temos um caso muito claro, como o Liverpool, que demorou anos a construir o que tem agora. Não estou a dizer que demoramos o mesmo tempo, mas é difícil para os jogadores pensarem dois jogos à frente. Não temos essa necessidade. O que digo desde que chegámos é que o próximo jogo é para ganhar. Essa é uma regra do balneário.
– O Sporting atravessa o melhor momento da época. Como se justifica?
– Tivemos tempo para preparar a equipa. A pandemia ajudou um pouco. No sentido inverso, também há o nosso trabalho. E este grupo tem uma coisa muito boa: sofremos em todos os jogos, há sempre sofrimento no fim. Pela juventude deles, nunca sentimos os jogos controlados. Para mim é um orgulho enorme sofrer com eles. Vou ficar mais velho rapidamente, com mais cabelos brancos... [risos] Sofremos, mas sofremos todos juntos. Mais que tática e técnica, isso é o que faz uma equipa forte.
– Joelson estreou-se com muita vontade, marcou logo um livre... O que podemos esperar dele?
– Não sei o que esperar. Sei que tenho ali um miúdo com muita qualidade, muito competitivo. Vai sofrer o que não sofreu. Como era muito forte nos seus escalões, era sempre ele a decidir. Aqui tem de se entrosar com uma equipa e está com alguma dificuldade nesse aspeto, mas espero um grande jogador no futuro.
– Como analisa a evolução de Matheus Nunes?
– Pode melhorar bastante. Tem características boas para dividir o jogo. É um ‘box to box’. Tem muito para melhor na definição do passe e no timing para soltar a bola. Vai crescer e precisa de jogos. É o que resta acontecer.