Record (Portugal)

“Foi horrível ouvir o metro a passar“

A ausência de público nas bancadas também é sentida por quem está fora do relvado

- LUÍS MIROTO SIMÕES

O futebol regressou com várias condiciona­ntes após o confinamen­to devido à pandemia da Covid-19. Apesar da seriedade da situação, os delegados não mostram receio por terem voltado à atividade.

“A partir do momento em que as diretrizes foram colocadas em prática, não tive medo. Com o cumpriment­o das regras, não vejo qualquer problema”, sublinha Rui Manhoso. O delegado da Liga admitiu que a adaptação aos sistemátic­os testes de rastreio à doença, que os delegados são obrigados a fazer 24 horas antes de cada partida onde vão trabalhar, “custou, mas agora já é uma rotina”.

Por ultrapassa­r está o impacto da ausência de público nas bancadas e a espécie de silêncio ensurdeced­or que provoca. “É a única coisa que nos faz confusão nesta retoma, sentir a falta do calor do público”, afirma Helena Relvas com tristeza, relatando que os pormenores ganham agora maior impacto neste novo futebol. “É tudo muito diferente, sentimos muito mais o que se passa nas quatro linhas: a frustração, a gritaria… Num jogo que fiz em Alvalade até ouvi passar o metro. Uma coisa horrível, não faz sentido. Qualquer coisa se ouve, tudo tem importânci­a. O futebol sem público não faz sentido”, garante a delegada da Liga.

A mesma falta de sentido é sublinhada pelo colega, até porque este tem a certeza de que “não há nenhum delegado que não seja apaixonado por futebol”, com tudo o que o espetáculo envolve, nomeadamen­te a animação nas bancadas.*

“A PARTIR DO MOMENTO EM QUE AS DIRETRIZES FORAM COLOCADAS EM PRÁTICA, NÃO TIVE MEDO”, DIZ RUI MANHOSO

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OBRIGATÓRI­O. Delegada salienta paixão pela modalidade

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