CAMBALHOTA CONTRA A PANDEMIA
Clubes lutam perante os entraves financeiros que a Covid-19 provocou, mas 75 por cento deles já retomaram as atividades desportivas
A Covid-19 continua a provocar um impacto negativo nos cofres de todos os quadrantes desportivos e a ginástica não é exceção. Record foi procurar conhecer os moldes com que a modalidade, em Portugal, está a enfrentar os novos desafios. Como seria calculável, os clubes sofreram um abalo financeiro, mas aproximadamente 75 por cento já retomou as atividades, com as devidas precauções. Existem diversos clubes que não podem ainda regressar à prática, muitas vezes porque dependem de instalações autárquicas ou escolares, que ainda funcionam como hospitais de campanha”, expôs Álvaro Sousa, vice-presidente da Federação de Ginástica de Portugal, que estimou as perdas ocorridas. “A nossa preocupação não é com a federação, é com os clubes, que vão precisar de apoio. Numa estimativa, as perdas totais destas entidades andam à volta dos três milhões de euros”, salientou, com receio dos tempos próximos. “Não temos informação de nenhum clube que tenha encerrado. Mas o prolongamento do tempo desta situação vai ser constrangedor para todos. Os clubes têm de pagar as suas obrigações. Alguns têm instalações arrendadas, outros têm obrigações financeiras devido a investimentos”, lamentou. “Só com apoio do Estado é que se aguentarão porque estamos a falar de estruturas frágeis”, frisou.
“A NOSSA PREOCUPAÇÃO PASSA PELOS CLUBES. NUMA ESTIMATIVA, AS PERDAS TOTAIS ANDAM À VOLTA DOS 3 MILHÕES DE EUROS”
Confiança no GCP
O Ginásio Clube Português, uma das instituições mais reconhecidas da área no País, “não foge à regra” na crise, mas já voltou à atividade e há esperança no futuro, como referiu o diretor desportivo, José Carlos Manaças. “Houve alguma quebra, mas julgamos que vamos rapidamente recuperar quando a pandemia nos deixar”, antecipou. é o número de clubes que existe em todo o País, segundo os dados fornecidos ao nosso jornal pela Federação de Ginástica de Portugal. Como referiu Álvaro Sousa, nenhum encerrou com esta crise, ainda que, claro, as dificuldades estejam bem presentes
ginastas federados estão espalhados por todo o País, quatro dos quais fazem parte do programa olímpico. A Federação de Ginástica de Portugal contabiliza ainda 801 treinadores, 573 juízes e 387 dirigentes