”Ia ser muito complicado se Jogos fossem agora”
Referência da ginástica descreve os métodos que estão a ser utilizados para prevenir contágio
Os ginastas do projeto olímpico foram os primeiros a regressar aos trabalhos e nessa lista está, claro, o nome de Filipa Martins, a única portuguesa até agora apurada para os Jogos de Tóquio, que falou das diferenças que encontrou no regresso à ‘normalidade’. “Temos todos os cuidados que são necessários nesta fase. Desinfetamos as mãos e começamos o treino de máscara, mas seria complicado usá-la nos aparelhos. Nesse caso, não conseguimos respirar bem ou até ver bem a trave. Tentamos estar sempre distanciadas [as ginastas]. Esses são os principais cuidados. É tudo um pouco mais individualizado”, descreveu a ginasta do Acro Clube da Maia. A especialista da disciplina de ginástica artística admite que estranhou as mudanças nos primeiros tempos. No entanto, acabou por ‘entranhar’. “Era tudo para nossa proteção e para proteção dos outros. Claro que tentamos não andar em contacto com ninguém mas pode acontecer alguma coisa. Podemos prejudicar alguém. Tentamos sempre cumprir tudo. Estávamos sempre preocupadas com o que podíamos fazer. Agora, já se criou o hábito. Estamos todos a treinar no ginásio”, disse. Com 24 anos, a nortenha prepara-se para cumprir a segunda participação em Jogos Olímpicos.
“TEMOS TODOS OS CUIDADOS. DESINFETAMOS AS MÃOS E COMEÇAMOS OS TREINOS SEMPRE DE MÁSCARA”
A competição em Tóquio foi adiada para 2021, mas a ginasta procura ver o lado positivo desta alteração. “Estávamos a cumprir quarentena e comecei a treinar muito em casa. Queria voltar rápido porque os Jogos ainda se mantinham na mesma data. Quando disseram que iam decorrer apenas no próximo ano, acabou por ser um alívio. Se fossem agora, ia ser extremamente complicado”, sublinhou.
Os planos de preparação, de resto, ainda estão algo indefinidos, precisamente pela incerteza no calendário. “As próximas competições vão servir um pouco como testes para que, com o devido tempo, possamos fazer algumas coisas que estávamos a pensar realizar. É muito bom conseguirmos fazer essas experiências. Mas ainda não dá para saber ao certo o que dá para fazer e o que não dá. Ainda não sabemos datas de competições nem nada”, recordou a ginasta.