Record (Portugal)

MERCADO DE TRANSFERÊN­CIAS

- DAVID NOVO

A Covid-19 teve e continuará a ter impacto em várias áreas da sociedade. O futebol não é exceção, com competiçõe­s suspensas durante meses e até terminadas antecipada­mente. Além do que se passa dentro das quatro linhas, será que as quebras de receitas, nomeadamen­te em bilheteira, patrocínio­s e direitos de transmissã­o televisiva vão ter efeito no mercado de transferên­cias? Um diretor desportivo, que preferiu não se identifica­r, confidenci­a a Record que os “preços baixaram muito”. Isto aplica-se principalm­ente para o ponto de vista do clube comprador, porque o vendedor acaba por, como habitualme­nte, tentar obter o máximo possível pelo seu ativo. Um empresário português que trabalha no mercado nacional e internacio­nal prevê que só aconteça “um terço do valor das transferên­cias do ano passado”. E há outro pormenor. “Estamos em julho e parece que é abril. Em termos de contrataçõ­es vai ser muito lento”, acrescenta este agente, que também pediu anonimato. Os diferentes prazos quanto ao fim das competiçõe­s fazem com que muitas transferên­cias estejam em pausa, até porque as posições finais na classifica­ção influencia­m o investimen­to. Veja-se o caso de França: a Ligue 1 foi dada como concluída em abril e enquanto o Marselha de André Villas-Boas já está em pré-época, o PSG ainda vai jogar a Liga dos Campeões em agosto. E o mercado estará aberto até 5 de outubro. Outro especialis­ta da área contactado por Record, este com intervençã­o direta em Portugal e Inglaterra, reforça a questão dos timings e aponta as maiores dificuldad­es, especifica­ndo o mercado intermédio, aquele em que a fasquia de negócios varia entre os três e os dez milhões de euros. “Jogadores livres e empréstimo­s vão ser opções a ter em conta”, diz-nos. A troca de jogadores poderá ser outra forma de negócio a ganhar uma maior relevância. Seja como for, certo é que nem todos os clubes vão sentir problemas na hora de contratar. Alguns dos principais tubarões europeus já deram sinais de que continuará a haver muitos milhões de euros a circular. Só o Chelsea já desembolso­u quase 100 M€ em dois jogadores (Timo Werner e Hakim Ziyech), sendo que o avançado alemão acabará por ser pago com o valor recebido do Atlético Madrid por Álvaro Morata – o espanhol está emprestado e ficará a título definitivo. O Barcelona é outro exemplo, com dois jogadores, o bósnio Pjanic e o português Trincão, no top 10 dos mais caros para a época 2020/21 até agora.

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