Afinal, até correu tudo bem
Foi uma longa discussão. Repleta de avanços e recuos. A certa altura chegou a parecer que o regresso do campeonato era missão impossível. Os receios, os números da Covid-19 e, especialmente, as discordâncias entre pessoas do futebol (todas com interesse na retoma, mas incapazes de transmitir uma imagem de união e organização em alguns momentos) deixavam a porta aberta para que o Governo pudesse seguir o exemplo francês, proibindo a conclusão da época.
Houve, porém, outra sensibilidade por parte do poder político português. Teve a consciência de que não só era possível como necessário. Mesmo que o público tivesse de ficar à
O CAMPEONATO QUE AGORA TERMINOU FOI
PARA VÁRIAS ENTIDADES
porta. Mesmo que essa situação também já pudesse ter sido revista para autorizar pelo menos 20 por cento da capacidade dos estádios.
Apesar de alguns aspetos a limar, de um ou outro solavanco, o campeonato que agora termina é um desafio superado por Liga, FPF, clubes, Direção-Geral da Saúde e Governo. Ainda antes de Espanha, Itália ou Inglaterra, a bola já tinha voltado a rolar em Portugal. No que à pandemia diz respeito, arrancou bem e continuou da mesma forma. Talvez, olhando agora, fosse possível concluir a 2.ª Liga da mesma forma e ter permitido o playoff de acesso à mesma competição. E talvez esteja na altura de criar condições para que os estádios voltem a ter público. Mas para já pode dizer-se que o coronavírus não derrotou todo o futebol português. E isso, não sendo tudo, já foi uma importante vitória.