MÉRITO, DEMÉRITO E UM HERÓI
Os dragões foram nervosos e com menos um para o intervalo. Regressaram de cabeça limpa, fizeram dois golos e ganharam a Taça. Simples
çFoi a vitória da competência e da superação; uma conquista indiscutível de quem atinge o topo do reconhecimento nacional colocada perante a necessidade de lutar contra evidências que não lhe foram favoráveis e que deram, por isso mesmo, outro sabor ao sucesso. No balanço da temporada, os sete pontos de atraso recuperadosaté ao título nacional tiver amem Coimbra a réplica de uma expulsão aos 38 minutos, quando a equipa estava por cima no jogo e que ameaçou ruir a supremacia construída ao longo de quase toda a primeira parte. Mas nada disso se passou: o FC Porto foi nervoso para o intervalo, com sintomas de estar diminuído emocionalmente pelo que entendeu ser uma perseguição arbitral, mas regressou das cabinas com a cabeça limpa, adiantou-se no marcador e fez o segundo golo ainda antes de se completar a hora de jogo. Tudo perante um Benfica que se entreteve a pregar pregos no seu próprio caixão, tantos e tão graves foram os erros cometidos.
A epopeia portista teve um herói de todo improvável, o central Mbemba, tantas vezes posto em causa durante a época, mas que ontem marcou os dois golos que proporcionaram a vitória na Taça de Portugal. Mas podia o Benfica ter evitado a derrota? É verdade que, com dois golos de diferença, o pragmatismo azul e branco fez a equipa recuar, ao mesmo tempo que empurrou os encarnados para afrente.Sim,oBenficainstalou-se no meio campo contrário, reclamou a posse de bola e manifestou a intenção de atacar a baliza de Diogo Costa. Mas fê-lo sem discernimento, com sucessivos erros no processo de aproximação à baliza, razão pela qual, apesar de tanto ataque, não criou oportunidades de golo em quantidade equivalente ao volume ofensivo do futebol que criou.
2 REMATES.
Os dragões marcaram nos únicos dois disparos feitos na se- gunda parte
12 CRUZAMENTOS.
Nuno Tavares tentou várias vezes servir os companheiros desta forma
6 FALTAS.
Marega foi várias vezes travado em falta. Por outro lado, só teve 60% de acerto no passe
Foi o herói da noite. MBEMBA subiu à área encarnada por duas vezes e, com duas cabeçadas, marcou os golos da vitória portista.
Mais FC Porto
A primeira parte, marcada pela expulsão de Luis Díaz aos 38 minutos, teve as marcas do domínio portista; de uma superioridade traduzida no desenvolvimento de um futebol mais fluído, revelador de um entendimento mais forte e convincente do jogo coletivo. A vantagem do FC Porto nesse período foi criar as condições para depender mais de si próprio e menos de algum erro alheio; foi ter mais bola, saber geri-la e criar ascendente sobre o adversário, vantagem importante na definição da tendência das operações. Os azuis e brancos aproximaram-se mais vezes da baliza de Vlachodimos do que os