“Esta equipa encarnou o povo do Norte”
Adjunto de Sérgio Conceição viu falta de sensibilidade da equipa de arbitragem no momento da expulsão do seu timoneiro
O que viu no momento da expulsão de Sérgio Conceição?
– Se houver câmaras direcionadas para o nosso banco vão perceber o que aconteceu... Eu estou numa zona mais recuada, não vejo absolutamente nada, com exceção de uma pequena reação a uma falta que é marcada e há um segundo amarelo que é dado num jogo que é decisivo, numa final, quando um jogador também é limitado por um primeiro amarelo que nos parece a nós demasiadamente forçado. E depois é a reação natural. É preciso também ter um bocadinho de sensibilidade, de perceber o contexto, de perceber o jogo, que tipo de jogo é...
– Faltou essa sensibilidade?
– É um reparo que deve ficar para o futuro, a forma como nos relacionamos com os árbitros. É verdade que às vezes temos alguma responsabilidade, mas a forma como eles verbalizam muito daquilo que querem passar para fora e para os nossos jogadores roça o exagero e aí é quase impossível uma pessoa não se manifestar, fica muito difícil.
– Como analisa o jogo?
– Toda a gente viu o que aconteceu até ao momento da expulsão em que o FC Porto dominou e conseguiu manietar o que era o jogo do Benfica. Fizemos tudo bem e a partir daí foi preciso tocar a reunir e foi isso o segredo do jogo, mas obviamente a bola parada é um momento forte e nós trabalhamos muito isso, mas é muito redutor dizer que o FC Porto vive de bola parada.
– Esta foi uma vitória do caráter?
– O caráter está presente no dia a dia e acaba por ser a consequência natural do que é a essência deles enquanto homens e seres humanos. Estes jogadores são uns gigantes, com uma capacidade de sacrifício incrível, em circunstâncias que não vale a pena estar aqui a falar. Faltaram os adeptos, faltou-nos o treinador e há uma tríade muito forte no FC Porto entre treinador principal, adeptos e jogadores. Sem adeptos era difícil, sem treinador principal mais difícil se tornou e sobraram aqueles 10 heróis que estavam no relvado.
– Como define esta época?
– Atípica com muitas nuances que nos fizeram constantemente readaptar e depois a tal maldita doença que apareceu e condicionou tanto o dia a dia. Neste jogo, temos de reforçar aquilo que são os valores desta equipa, que encarnou de forma exacerbada o povo do Norte, que é um povo nobre, leal, humilde, trabalhador e que nunca vira a cara à luta.
“ESTES JOGADORES SÃO UNS GIGANTES, COM UMA CAPACIDADE DE SACRIFÍCIO INCRÍVEL”
“ATÉ AO MOMENTO DA EXPULSÃO O FC PORTO DOMINOU E MANIETOU O JOGO DO BENFICA”